São Paulo, quarta, 9 de setembro de 1998

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MEIO AMBIENTE
Ibama ainda não sabe a proporção do fogo no local e não tem nenhum grupo de combate na região
Incêndio atinge reserva indígena no MT

JAIRO MARQUES
da Agência Folha

Um início de incêndio foi detectado ontem na área da reserva indígena dos enawene-nawe, a noroeste de Mato Grosso, quase divisa com Rondônia, onde vivem 300 índios.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) ainda não sabe dizer qual a proporção do incêndio e nenhum grupo de combate ao fogo está na reserva.
O órgão responsável pelos índios na região, a Opan (Operação Amazônia Nativa), informou que os focos são em áreas de pastagens e não colocam as aldeias em perigo por enquanto. Por isso, nenhum tipo de operação de emergência foi montado.
"Há três dias não temos informação dos enawenes, mas se houvesse alguma situação de risco já saberíamos", disse Ivar Busatto, da coordenação do órgão.
Focos de calor, que não significam necessariamente incêndios, aparecem também nas reservas indígenas de Juína e Aripuanã (áreas da floresta, no norte do Estado).
"Recebemos hoje informações que começou a chover em Juína o que diminui muito o problema de incêndios no local, mas ainda assim estamos atentos para eventuais problemas na área", disse João Antônio Raposo, coordenador de monitoramento do Proarco (Programa de Prevenção e Controle às Queimadas e aos Incêndios Florestais no Arco do Desflorestamento na Amazônia).
O fogo continua destruindo a mata do mamão, porção norte da ilha do Bananal, em Tocantins. Mais de 60 homens, entre eles a força-tarefa de Brasília, trabalham no local para conter as labaredas.
Ontem, dois helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira), começaram a operar no local fazendo o deslocamento de tropas para as proximidades do fogo.
Eles estão preparados, se for necessário, para jogar água por cima das copas das árvores.
O que preocupa os combatentes do incêndio florestal é a dificuldade de acesso à mata e a força de propagação das chamas.
"Os homens estão lutando para controlar a situação", disse a superintende do Ibama em Tocantins, Inácia Coelho.
Animais lentos como jabotis, tartarugas e filhotes de ema estão sendo carbonizados, informou a coordenação da Fundação de Meio Ambiente do Tocantins. A mata é refúgio natural de cervos, pássaros e macacos, todos ameaçados pelo fogo. O governador do Mato Grosso, Dante de Oliveira, esteve na ilha ontem para saber como está a situação.
Rondônia registra focos de queimadas no município de Costa Marques, mas os fiscais do Ibama acreditam que, até amanhã, tudo já esteja controlado, pois começou a chover no Estado.



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