São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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MONGAGUÁ

Polícia investiga a prisão

Rapazes mortos foram vistos em DP com PMs

DA REPORTAGEM LOCAL

Um policial militar pesquisou no 1º DP de Mongaguá os antecedentes criminais dos dois rapazes encontrados mortos em uma cova improvisada no litoral de São Paulo, antes do desaparecimento deles, sem, contudo, apresentá-los ao delegado de plantão para registro de ocorrência.
Às 23h40 da sexta-feira 27 de setembro, um PM entrou na delegacia com os nomes dos suspeitos e seus respectivos números de identidade anotados em um pedaço de papel.
Verificou os antecedentes de um deles, porque o outro era adolescente, e partiu.
Esse é o último registro sobre Celso Gioeilli Magalhãs Júnior, 20, e Anderson do Carmo, 17, cujos corpos foram encontrados oito dias depois pela polícia, coberto de cal, em decomposição e com marcas de tiros, à beira de uma estrada na zona rural de Itanhaém.
O relatório da conduta dos policiais foi feito pela Polícia Civil e integra o inquérito aberto para investigar o duplo assassinato.
Os amigos haviam sido detidos para averiguação em uma casa noturna por um soldado e um cabo da PM, ambos fardados, segundo testemunhas. Em seguida, eles teriam passado pela delegacia e aguardado do lado de fora.
Para a Corregedoria da PM, que investiga o caso, as provas contra os dois policiais militares são "bastante contundentes".
Segundo o coronel Paulo Máximo, corregedor-adjunto da corporação, os dois teriam agido como "justiceiros".
Segundo a polícia, foi encontrada cal na casa dos dois policiais acusados pelas mortes. O material será examinado para determinar se é do mesmo tipo que cobria os corpos dos dois rapazes.
Em depoimento, o cabo Miranda e o soldado Silvio, que estão presos, negaram o crime. Segundo eles, os dois rapazes foram liberados ainda na delegacia.


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