SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Em menos de um mês, mais de 500 intelectuais e professores universitários assinaram o documento contra o projeto de lei que prevê a criação, pelo governo do Rio, de um "programa de auxílio às pessoas que, voluntariamente, optarem pela mudança da homossexualidade para a heterossexualidade". A proposta é do deputado Édino Fonseca (PSC), pastor da Assembléia de Deus, e deve ser votada em novembro.
O documento, que tem como objetivo pressionar os parlamentares fluminenses a rejeitar o projeto, conta com o apoio de intelectuais como os antropólogos Gilberto Velho e Alba Zaluar e a socióloga Julita Lemgruber.
"Do ponto de vista científico, não existe nada mais controverso do que a possibilidade de uma reorientação sexual. Não só não existem estudos que demonstrem cabalmente essa possibilidade como não se conhecem os métodos para tal transformação", diz Sérgio Carrara, coordenador do Clam (Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos), que organiza o manifesto.
O projeto tem pareceres favoráveis das comissões de Constituição e Justiça e de Saúde da Assembléia Legislativa. O presidente da Comissão de Saúde, Samuel Malafaia (PMDB), pastor da mesma igreja, diz em parecer que "o homossexualismo, apesar de aceito pela sociedade, é uma distorção da natureza do ser humano normal". O PMDB, presidido no Estado por Anthony Garotinho, tem maioria na Casa.


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