São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO

Pesquisadores atacam adoção do ensino de crença no Rio

Cientistas de oito países criticam difusão de criacionismo em escolas

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A adoção do ensino do criacionismo -crença segundo a qual o mundo foi criado conforme o relato bíblico- nas escolas estaduais do Rio de Janeiro está gerando reclamações até na esfera internacional. Pesquisadores de oito países se reuniram em Manaus, no final de setembro, e redigiram uma carta aberta de protesto, pedindo até mesmo a mobilização das autoridades federais para reverter a decisão estadual.
Os cientistas estavam reunidos para um colóquio sobre a história do darwinismo, evento que ocorre a cada três anos num país diferente. "Houve muita conversa sobre os planos da governadora do Rio [Rosinha Matheus] de colocar o criacionismo nas escolas -aparentemente por decisão executiva, não por uma instrução do legislativo", afirma Thomas Glick, historiador da Universidade de Boston e um dos dois representantes dos EUA na reunião.
O evento teve cientistas provenientes da Espanha, de Cuba, da Itália, da Colômbia, do México, do Uruguai e do Brasil.
"Redigimos uma carta de protesto, que foi assinada para todos os participantes", complementa.
O documento ainda não foi enviado a nenhuma autoridade, mas os pesquisadores já estão fazendo sua distribuição pública.
Em defesa da decisão da governadora Rosinha, Claudio Mendonça, secretário de Educação do Estado do Rio, tem alegado que o governo só está cumprindo determinação constitucional, ao introduzir o ensino religioso.


Texto Anterior: Outro lado: Para deputado, dar ajuda psicológica é dever do Estado
Próximo Texto: Happy hour: Ladrões bebem vinho durante furto a igreja
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.