|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OUTRO LADO
Defesa questiona validade de escuta
DA REPORTAGEM LOCAL
A empresa Leão Leão informou, por sua assessoria jurídica,
que não teve acesso às interceptações telefônicas realizadas pelo
Ministério Público de Ribeirão
Preto com autorização judicial.
Por isso, não se manifestou sobre
os trechos das gravações.
O advogado da Leão Leão, Edson Junji Torihara, diz que a empresa tenta ter acesso às gravações
desde setembro, quando houve
operações de busca e apreensão
nos escritórios da empresa e na
casa de Rogério Buratti.
Torihara disse que a Leão continua disposta a colaborar com as
investigações oficiais. Ele afirmou
que a empresa também tem "sérias dúvidas" sobre a legalidade
de aspectos da apuração dos promotores. "Antes de discutir o teor
[da investigação], quero discutir a
validade dessas escutas."
Os executivos grampeados,
Wilney Barquete e Marcelo Franzine, assim como Buratti, deixaram suas atividades na Leão até
que a investigação do Ministério
Público seja concluída. A decisão
foi tomada logo que as primeiras
notícias sobre as gravações foram
publicadas pela imprensa.
O advogado Quirino Ferreira
afirmou que manteve conversas
com os executivos da Leão. "Eu
queria entender como o processo
estava acontecendo. Tenho atuado em defesa desse processo."
Quirino disse não se lembrar da
menção que fez à Emparsanco,
que estaria falando "em nome" de
outras empresas. Mas afirmou
que teve acesso a "conversas de
bastidores" e que procurava checá-las com outros empresários relacionados à disputa.
A Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) informou, pela assessoria de imprensa,
que realiza reuniões entre seus associados no final de cada mês. Diz
que eles podem expor seus problemas, mas que a entidade não
faz nenhum tipo de interferência
nas concorrências públicas.
Em nota à Folha, a Abrelpe diz
que o nome da associação foi citado "num contexto inespecífico,
cujo sentido exato cabe unicamente aos citados interlocutores
esclarecer". O comunicado diz
que a entidade "representa os interesses setoriais de seus associados, sempre de forma clara, objetiva e transparente".
A Secretaria de Serviços e Obras
e a Secretaria das Subprefeituras
também foram procuradas, mas
não quiseram se pronunciar. Não
se sentem citadas pelas referências feitas à administração.
Jaci Mendes, procurador da
Emparsanco (ligado ao grupo
H.Guedes), negou ter negociado
com a prefeitura em nome de outras empresas que disputavam a
varrição, como sugere um dos
diálogos gravados. O fato de não
terem sido contratados tanto na
licitação da coleta (no qual foram
inabilitadas as empresas do consórcio da H.Guedes) como na da
varrição (cuja concorrência foi revogada), para Mendes, é uma
confirmação de que seu grupo
não foi beneficiado.
Texto Anterior: Administração: Grampo revela bastidores da licitação do lixo Próximo Texto: Diálogo reforça indícios de combinação Índice
|