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Relatório da FAB aponta 40 aparelhos inoperantes
Instrumentos são de auxílio à navegação e fornecem informações aos pilotos
Levantamento, que é atualizado diariamente, também indicava ontem 24 freqüências de comunicação terra-ar sem funcionar
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O controle do espaço aéreo
do Brasil tinha ontem 40 instrumentos de auxílio à navegação de pilotos e outras 24 freqüências da comunicação terra-ar sem funcionar, conforme
um relatório que é atualizado
diariamente pela Aeronáutica.
A proporção desses equipamentos inoperantes não chega
a ser grande em relação ao total
existente -4,9% e 2,4%, respectivamente-, mas preocupa
profissionais da aviação por envolver sistemas que podem ser
importantes para a proteção do
vôo e pela demora habitual para os reparos e manutenções.
Informações aos pilotos
Os instrumentos de auxílio à
navegação têm a função de fornecer aos pilotos as marcações
e rumos exatos que uma aeronave deve tomar ao entrar numa via ou durante um pouso.
Já as freqüências de comunicação em VHF servem para os
contatos entre os controladores em terra com os aviões.
Geralmente há sistemas que
compensam a ausência de algum aparelho, mas a inoperância pode colaborar para incidentes ou acidentes se falharem as opções alternativas.
Ontem a Folha citou três casos de instrumentos de auxílio
à navegação conhecidos como
VOR -localizados em Santana
de Parnaíba (na região metropolitana), Sorocaba (a 100 km
de SP) e próximo ao aeroporto
de Cumbica (Guarulhos)- que
estão inativos, à espera de reparo ou troca, há quatro anos.
Em reunião ontem entre técnicos de segurança de vôo de
órgãos públicos e companhias
aéreas, foram citadas deficiências com a inoperância de ILS
(outro tipo de auxílio à navegação) em Porto Velho (RO).
"Todo equipamento tem sua
importância, do contrário nem
existiria. É claro que não deveria haver nada sem funcionar.
Mas eventualmente a gente sabe que pode ocorrer em qualquer lugar. É por isso que precisa haver programas preventivos e corretivos que respondam com rapidez", avalia Ronaldo Jenkins, coordenador de
segurança de vôo do sindicato
das empresas aéreas.
O sistema de controle aéreo
brasileiro dispõe de 116 estações de comunicação terra-ar,
com 982 freqüências. A inoperância de 24 delas, segundo
técnicos, pode fazer falta em
lugares onde há poucas opções
de freqüência à disposição.
Aeronáutica
A Aeronáutica prefere não
opinar sobre a quantidade dos
equipamentos inoperantes -se
considera normal, pequena ou
grande- e afirma que o prazo
médio para reparar os sistemas
quebrados depende de fatores
como a complexidade das panes e a localização.
Ela também disse que todos
os 184 sistemas de radares espalhados pelo país funcionavam normalmente ontem. Os
mais antigos, informou, são do
início da década de 80 e somam
menos de 10% do total. Eles estão localizados em terminais
como Brasília, Rio de Janeiro-Galeão e São Paulo-Guarulhos.
Stefan Jucewicz, autor do livro "Radar", afirma que a vida
útil de um aparelho desses se
esgota depois de 30 anos.
A Aeronáutica avalia, no entanto, que as modernizações
feitas desde 2001 e com previsão de término até 2011 são suficientes para deixá-los no mesmo nível tecnológico dos atuais
produtos disponíveis no mercado mundial.
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