71.506 alunos fizeram 1ª etapa; lista de convocados para 2ª fase sai no dia 30

PATRÍCIA GOMES
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A tão esperada interdisciplinaridade não foi o forte da primeira fase da Unesp (Universidade Estadual Paulista), realizada ontem com a taxa de abstenção (6,6%) mais baixa da década. Para os cursinhos ouvidos pela Folha, as disciplinas estavam claramente divididas pela prova, ao contrário do modelo que eles apostavam, mais parecido com o do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
"Não é um defeito, mas não é o que foi propagado", diz Edmilson Motta, coordenador do Etapa, para quem o "jeitão da Unesp", com cobrança clara de conteúdo, foi mantido. "Esperávamos maiores mudanças", disse Miguel Castro, diretor editorial do COC. O professor destacou as provas de matemática e linguagens como tendo sido as mais difíceis.
O professor de matemática do Objetivo Giuseppe Nobilioni confirma a dificuldade da prova. "Se fosse a segunda fase, tudo bem. Por ser a de conhecimentos gerais, estava difícil."
A candidata do curso de relações públicas Emanuelly Mota, 17, achou a parte de humanas mais fácil, opinião da maioria dos vestibulandos ouvidos pela reportagem. "As questões de química e física foram as mais difíceis. Já a parte de geografia estava bem tranquila", diz ela.
Para Pedro Fassoni, 21, que tenta ingressar em engenharia elétrica, o exame "foi mais fácil que em outros anos". E, para ele, o novo modelo do exame é pior. "Antes era melhor. Fazia tudo de uma vez e pronto."
A prova era composta por 90 testes, sendo 30 de linguagens (inclusive inglês), 30 de ciências humanas e 30 de ciências da natureza e matemática. É a primeira vez que a Unesp realiza seu processo em duas etapas. Até o meio do ano, o vestibular ocorria em fase única.