São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2010

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Gráfica diz que erro ficou dentro da normalidade

Para ministério, problema não afetará outros contratos com a pasta

Empresa deverá ser confirmada hoje como a responsável pela impressão de outra prova feita pelo MEC

FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

A gráfica que errou a impressão de parte das provas do Enem será a responsável por mais um exame, pelo menos, do Ministério da Educação neste ano -o Enade, que avalia universitários e é um dos instrumentos utilizados para fiscalizar as faculdades.
Além disso, hoje deverá ser confirmado que a gráfica RR Donnelley imprimirá um terceiro exame do ministério, o Encceja, que dá diploma a pessoas com idade acima do ideal para o ensino fundamental ou médio.
Ontem, a empresa ofereceu o melhor preço na disputa pelo Encceja. O resultado deve ser confirmado hoje.
O MEC informou que o problema no Enem não influenciará a escolha da gráfica para os seus outros exames, feita por pregão.
Para a pasta, não cabe sanção à gráfica, pois ela se dispôs a ajudar na solução dos problemas no Enem. Ontem, a empresa disse que houve erro de impressão em 21 mil das 10 milhões de provas. A falha ocorreu porque, para garantir a segurança do processo, não era permitido checar a prova impressa.

AUDITORIA
Um ex-funcionário da RR Donnelley foi o responsável por uma auditoria externa que deu aval à empresa para imprimir o Enem. A verificação é exigência contratual.
Fernando Bebiano foi gerente da gráfica por 20 anos. Saiu em 2007. Há três meses, assinou parecer da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica que assegurou que a empresa tinha condições de imprimir a prova com segurança e sigilo. A associação foi escolhida pelo MEC.
As entidades não retornaram os pedidos de entrevista feitos ontem pela Folha. O auditor não foi localizado.
"Até que ponto houve distanciamento para a análise?", questionou o presidente da Comissão de Estudos da Concorrência e Regulação Econômica da OAB-SP, Eduardo Caminati Anders.
Docente de direito administrativo da PUC-SP, Márcio Cammarosano diz que se não há mais vínculo do auditor com a antiga empresa não há ilegalidade. "Por zelo, eu não contrataria auditor que já tenha atuado na auditada."


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