São Paulo, domingo, 09 de dezembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aterros na zona leste podem virar parques

DA REPORTAGEM LOCAL

Seguindo o exemplo do que foi feito com o aterro Raposo Tavares, a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo estuda transformar outros três aterros desativados em parques: o da Vila Jacuí, o de Sapopemba e o de São Mateus (todos na zona leste da cidade).
Para tanto, porém, é preciso realizar estudos detalhados sobre as condições atuais de degradação do lixo nos três locais e providenciar sistemas eficientes de canalização e extravasão do metano.
O parque Raposo Tavares foi construído em 1981 numa área que, até dois anos antes, havia recebido cerca de 1,9 milhão de toneladas de lixo. Embora os tubos para expulsão do metano estejam todos fechados, ainda não há uma avaliação do grau de decomposição dos resíduos no local.
"Isso custa dinheiro, que nós não temos. O Orçamento para o ano que vem é basicamente o mesmo [que reservava R$ 800 mil para manutenção de todos os parques e nada para criação de novas áreas verdes"", afirma a secretária Stela Goldenstein. A procura por empresas interessadas em "patrocinar" os três novos parques não tem dado muito resultado.
Os ex-aterros escolhidos obedecem a três critérios considerados fundamentais pela prefeitura: foram encerrados há um tempo razoável, têm controle maior do gás e do chorume, e a população que vive no entorno desses locais está bastante mobilizada.
O aterro Jacuí parou de funcionar em 1988, depois de ter recebido cerca de 2,5 milhões de toneladas de lixo. Há ocupação muito próxima ao local e já houve problemas de migração de gás para a tubulação do banheiro de uma das casas. "Seria ótimo se criassem um parque aqui. Já sofremos muito com o lixo", diz o aposentado Jair Alves Correia, 49.
Moradores das proximidades do aterro Sapopemba reclamam até hoje de mau cheiro. Encerrado em 84, o local recebeu 2,7 milhões de toneladas de lixo, mas já está gramado e crianças brincam numa quadra construída no terreno.
Já o aterro São Mateus não tem população próxima porque está dentro de uma APA (Área de Proteção Ambiental). Ele foi construído de forma irregular e recebeu cerca de 1 milhão de toneladas de lixo entre 84 e 85. (MV)


Texto Anterior: "Não vai sobrar raiz nem ramo de tudo isso"
Próximo Texto: Outro lado: "Não há riscos", afirma secretária do Meio Ambiente
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.