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Aterros na zona leste podem virar parques
DA REPORTAGEM LOCAL
Seguindo o exemplo do que foi
feito com o aterro Raposo Tavares, a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo estuda transformar outros três aterros desativados em parques: o da Vila Jacuí, o
de Sapopemba e o de São Mateus
(todos na zona leste da cidade).
Para tanto, porém, é preciso
realizar estudos detalhados sobre
as condições atuais de degradação
do lixo nos três locais e providenciar sistemas eficientes de canalização e extravasão do metano.
O parque Raposo Tavares foi
construído em 1981 numa área
que, até dois anos antes, havia recebido cerca de 1,9 milhão de toneladas de lixo. Embora os tubos
para expulsão do metano estejam
todos fechados, ainda não há uma
avaliação do grau de decomposição dos resíduos no local.
"Isso custa dinheiro, que nós
não temos. O Orçamento para o
ano que vem é basicamente o
mesmo [que reservava R$ 800 mil
para manutenção de todos os parques e nada para criação de novas
áreas verdes"", afirma a secretária
Stela Goldenstein. A procura por
empresas interessadas em "patrocinar" os três novos parques não
tem dado muito resultado.
Os ex-aterros escolhidos obedecem a três critérios considerados
fundamentais pela prefeitura: foram encerrados há um tempo razoável, têm controle maior do gás
e do chorume, e a população que
vive no entorno desses locais está
bastante mobilizada.
O aterro Jacuí parou de funcionar em 1988, depois de ter recebido cerca de 2,5 milhões de toneladas de lixo. Há ocupação muito
próxima ao local e já houve problemas de migração de gás para a
tubulação do banheiro de uma
das casas. "Seria ótimo se criassem um parque aqui. Já sofremos
muito com o lixo", diz o aposentado Jair Alves Correia, 49.
Moradores das proximidades
do aterro Sapopemba reclamam
até hoje de mau cheiro. Encerrado
em 84, o local recebeu 2,7 milhões
de toneladas de lixo, mas já está
gramado e crianças brincam numa quadra construída no terreno.
Já o aterro São Mateus não tem
população próxima porque está
dentro de uma APA (Área de Proteção Ambiental). Ele foi construído de forma irregular e recebeu cerca de 1 milhão de toneladas de lixo entre 84 e 85.
(MV)
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