São Paulo, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002

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SAÚDE

Eduardo Jorge reassume mandato

Secretário é exonerado para voltar à Câmara

DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria da Prefeitura de São Paulo informou ontem que a exoneração do secretário Eduardo Jorge, da Saúde, é "apenas" uma formalidade para atender normas legais da Câmara Federal, para onde está retornando. A exoneração de Jorge, "a pedido", foi publicada no Diário Oficial do Município deste sábado.
Três dias antes, na quinta, nota da prefeitura informou que Jorge tinha solicitado licença "visando concluir suas atividades" como deputado federal, mandato que termina no final do ano.
Segundo a nota, Jorge estaria se afastando temporariamente do cargo, retornando no próximo ano. De acordo com a assessoria, a exoneração anunciada agora é uma exigência da Câmara que proíbe outro tipo de vínculo concomitante ao mandato.
O fato, no entanto, não alteraria o acordo que Jorge fez com a prefeita Marta Suplicy, de retornar ao cargo de secretário no próximo ano, sempre de acordo com a assessoria. Com a exoneração, Paulo Carrara de Castro assumirá o posto de secretário.
O afastamento de Eduardo Jorge -um dos petistas mais respeitados na área da saúde- veio aumentar as dúvidas em torno do nome que ocupará o Ministério da Saúde do novo governo. Há quase dois anos na Secretaria Municipal da Saúde, Jorge vinha se queixando dos cortes de verba, colocando seu posto em risco.
Ao deixar a secretaria para cumprir pouco mais de 20 dias como deputado, sua ida a Brasília vem sendo vista como uma forma de participar de forma ativa na formação do novo ministério.
Jorge aparece no mesmo bloco de sanitaristas petistas que defendem maior agilidade na implantação do SUS, Sistema Único de Saúde. Nas últimas semanas, militantes e sanitaristas ligados ao PT vêm se manifestando contrários à indicação do cirurgião e ex-ministro Adib Jatene, nome que teria a preferência de Lula.
Em entrevista à Folha, Jorge criticou o movimento anti-Jatene, classificando o ex-ministro de "ótimo nome", com "condições técnicas e políticas" para o cargo.
Agora, fontes próximas a Eduardo Jorge não descartam uma dobradinha entre Jatene e o ex-secretário. O primeiro seria o ministro e Jorge poderia dar conta de uma das secretarias, a de assistência à saúde, por exemplo. Com isso, Lula daria credibilidade a um ministério que foi a "vitrine" do governo anterior, sem o risco de que se afaste das teses defendidas pelos sanitaristas petistas.
(AURELIANO BIANCARELLI)


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