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SAÚDE
Eduardo Jorge reassume mandato
Secretário é exonerado para voltar à Câmara
DA REPORTAGEM LOCAL
A assessoria da Prefeitura de
São Paulo informou ontem que a
exoneração do secretário Eduardo Jorge, da Saúde, é "apenas"
uma formalidade para atender
normas legais da Câmara Federal,
para onde está retornando. A exoneração de Jorge, "a pedido", foi
publicada no Diário Oficial do
Município deste sábado.
Três dias antes, na quinta, nota
da prefeitura informou que Jorge
tinha solicitado licença "visando
concluir suas atividades" como
deputado federal, mandato que
termina no final do ano.
Segundo a nota, Jorge estaria se
afastando temporariamente do
cargo, retornando no próximo
ano. De acordo com a assessoria,
a exoneração anunciada agora é
uma exigência da Câmara que
proíbe outro tipo de vínculo concomitante ao mandato.
O fato, no entanto, não alteraria
o acordo que Jorge fez com a prefeita Marta Suplicy, de retornar ao
cargo de secretário no próximo
ano, sempre de acordo com a assessoria. Com a exoneração, Paulo Carrara de Castro assumirá o
posto de secretário.
O afastamento de Eduardo Jorge -um dos petistas mais respeitados na área da saúde- veio aumentar as dúvidas em torno do
nome que ocupará o Ministério
da Saúde do novo governo. Há
quase dois anos na Secretaria Municipal da Saúde, Jorge vinha se
queixando dos cortes de verba,
colocando seu posto em risco.
Ao deixar a secretaria para
cumprir pouco mais de 20 dias
como deputado, sua ida a Brasília
vem sendo vista como uma forma
de participar de forma ativa na
formação do novo ministério.
Jorge aparece no mesmo bloco
de sanitaristas petistas que defendem maior agilidade na implantação do SUS, Sistema Único de
Saúde. Nas últimas semanas, militantes e sanitaristas ligados ao
PT vêm se manifestando contrários à indicação do cirurgião e ex-ministro Adib Jatene, nome que
teria a preferência de Lula.
Em entrevista à Folha, Jorge criticou o movimento anti-Jatene,
classificando o ex-ministro de
"ótimo nome", com "condições
técnicas e políticas" para o cargo.
Agora, fontes próximas a
Eduardo Jorge não descartam
uma dobradinha entre Jatene e o
ex-secretário. O primeiro seria o
ministro e Jorge poderia dar conta de uma das secretarias, a de assistência à saúde, por exemplo.
Com isso, Lula daria credibilidade
a um ministério que foi a "vitrine"
do governo anterior, sem o risco
de que se afaste das teses defendidas pelos sanitaristas petistas.
(AURELIANO BIANCARELLI)
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