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Comerciante achou 3 das 13 vítimas no parque
O último baleado achado por ele foi
Miguel de Oliveira Filho, em agosto
Freqüentador assíduo do
local, primeiro ele foi
investigado como suspeito e
depois passou a auxiliar o
trabalho dos investigadores
DA REPORTAGEM LOCAL
Freqüentador assíduo do
parque dos Paturis, em Carapicuíba, "daqueles que batem
cartão nas madrugadas", como
ele mesmo diz, sorrindo, o comerciante Leonardo (a Folha
usa nome fictício para não colocar a testemunha em risco)
tem posição de destaque na investigação para prender o assassino chamado de "maníaco
do arco-íris".
Das 13 vítimas assassinadas
no local entre 4 de julho de
2007 e 19 de agosto deste ano,
três tiveram seus corpos encontrados por Leonardo.
"A gente sabe do perigo, mas
não tem jeito. O Paturis é o
nosso local de encontro e ninguém vai deixar de ir lá namorar por causa desse louco", diz.
"Quem vai lá à noite sabe muito bem o que quer encontrar.
Vem gente de todo lugar. Dos
ricos de Alphaville, Granja Viana e Alto da Serra até gente pobre, de Osasco e Carapicuíba."
Por ter localizado alguns dos
corpos, Leonardo passou a ser
investigado como suspeito pelos crimes atribuídos ao "maníaco do arco-íris".
Isso ocorreu depois de encontrar o terceiro corpo no Paturis, em agosto deste ano. A
polícia o investigou e fez exame
residuográfico nele. O resultado, porém, foi negativo.
"À caça de uma aventura" na
noite de 2 de agosto deste ano,
conta Leonardo, ele encontrou
um homem pardo, com cerca
de 1,65 metro, e tentou puxar
conversa. A paquera não progrediu porque a reação foi hostil e Leonardo se afastou.
Minutos depois, Leonardo
ouviu cinco tiros. Voltou ao local onde havia tentado conversar com o homem, na parte
mais escura do parque e onde
há muitas árvores, e achou Miguel Gonçalves de Oliveira Filho, 47, baleado.
A vítima era funcionária da
Prefeitura de São Paulo e trabalhava na Subprefeitura de
Pinheiros (zona oeste). "Saí
correndo e chamei a polícia."
Retrato falado
Um retrato falado foi produzido a partir das informações
que Leonardo apresentou aos
policiais. Como a polícia ainda
busca mais elementos que possam confirmar se esse homem
matou Oliveira Filho, o retrato
falado não foi divulgado.
Como a polícia não encontrou nada contra o comerciante, ele passou a ajudar nas investigações. Por conta da rede
de amigos que mantém no parque dos Paturis, os investigadores passaram a contar com Leonardo para receber informações da comunidade gay que
freqüenta o lugar.
Leonardo gosta de mostrar
que a agenda de seu telefone celular está dividida entre seus
contatos profissionais, freqüentadores do parque dos Paturis e telefones de policiais
que caçam o serial killer.
"Como estou lá o tempo todo,
os policiais pediram para avisá-los sobre qualquer confusão ou
tiros", diz. "A gente tem certeza
de que ele vai matar mais."
(AC e RP)
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