São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2010

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Aedes aegypti transmite outro vírus no Brasil

SP e Rio têm 3 casos de chikungunya, transmitido pelo mosquito da dengue

Ministério diz que todos contraíram doença em viagem à Ásia e que apenas um deles ainda apresenta sintomas


ANGELA PINHO
DE BRASÍLIA

O Brasil registrou nos últimos meses os primeiros casos do vírus chikungunya, presente principalmente na África e no Sudeste asiático e transmitido pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti.
Dos três infectados, dois são de São Paulo (capital e Tanabi, região norte) e um do Rio (capital). Todos eles, de acordo com o Ministério da Saúde, contraíram o vírus na Índia ou na Indonésia e só um ainda tem sintomas.
A doença é caracterizada por febre e por fortes dores nas articulações das mãos e dos pés que chegam a durar seis meses e podem dificultar o simples ato de escrever.
Vem daí o nome chikungunya, que significa "aqueles que se dobram" em suaíli, um dos idiomas falados na Tanzânia, onde o vírus surgiu em 1952.
O tratamento nesses casos é à base de paracetamol, anti-inflamatórios e corticoides. Em 30% dos casos o paciente não sente nada.
De acordo com o Ministério da Saúde, a letalidade da doença é muito menor que a da dengue e é próxima de zero. A pasta diz que não houve mortes em uma epidemia na Índia que atingiu 1,3 milhão de pessoas em 2006.
O coordenador do Programa de Combate à Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho, afirmou que o vírus ainda não circula no Brasil, já que por ora todos os casos são importados.
Ele não descartou, por outro lado, a possibilidade de isso acontecer, uma vez que há circulação de Aedes aegypti em todas as regiões do país.
O principal temor é que alguém que trouxe o vírus de outro país seja picado pelo mosquito, iniciando uma transmissão em larga escala.
Nos três casos identificados foi feita uma varredura especial para eliminar larvas do mosquito nos locais em que eles frequentavam.
Para orientar os médicos sobre um vírus inédito, o ministério deve começar a distribuir nas próximas semanas a unidades do SUS (Sistema Único de Saúde) um guia com orientações sobre a doença elaborado pela Opas (Organização Pan-Americana de Saúde).

DIAGNÓSTICO
Por enquanto, só o instituto Evandro Chagas, no Pará, tem reagentes para fazer o diagnóstico no Brasil. Para incluir mais laboratórios, o governo pediu aos EUA um exemplar do vírus para produzir o reagente.
A partir do envio do material pelos EUA, o kit para o diagnóstico ficaria pronto em até um mês.
Pessoas com dores nas articulações que voltaram recentemente do Sudeste asiático e da África devem procurar um médico.


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