São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FEBEM

Novo presidente acelerará projeto

Secretário de Educação quer unidades menores

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Educação do Estado de São Paulo, Gabriel Chalita, cuja pasta agora é responsável pela Febem, disse que vai buscar o apoio das prefeituras da Grande São Paulo para substituir o modelo de grandes unidades -com mais de 200 internos- para investir em liberdade assistida e na construção de unidades menores.
O governo de SP quer descentralizar as unidades -53 das 68 do Estado estão na região metropolitana da capital, sendo que 41 estão no município de SP-, levando-as para as regiões onde os internos moram. Esse modelo fez parte do projeto de Maria Luiza Granado -que deixou ontem a presidência da Febem- e será acelerado pelo novo presidente, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
O secretário disse que a maioria dos internos da Febem é de cidades como Guarulhos, São Paulo e Osasco. Por isso, a Grande São Paulo deverá receber mais unidades de menor porte.
"A desativação total do complexo de Franco da Rocha depende desse diálogo [com as prefeituras"", disse Chalita.
As unidades 30 e 31 desse complexo foram alvo de denúncias de tortura e maus-tratos, e a Justiça determinou o fechamento da unidade 30 até 18 de março. Chalita prometeu fechar as duas unidades até o meio do ano, mas disse depender do apoio da Prefeitura de São Paulo para construir unidades menores na cidade para receber parte dos internos.
Houve tumulto na tarde de ontem na unidade 31. Segundo o sindicato dos funcionários da Febem, teria sido um princípio de rebelião. Mas, de acordo com a Polícia Militar, teria ocorrido apenas uma "agitação" dos internos, o que foi confirmado pela Febem. De acordo com o órgão, um helicóptero de uma emissora de televisão teria sobrevoado a área e provocado a movimentação.
O secretário interino de Habitação e Bem-Estar Social de Guarulhos, Paulo de Tarso Carvalhares, disse ser favorável às unidades menores, desde que sejam disponibilizados recursos para o atendimento aos jovens.
A Prefeitura de São Paulo foi procurada pela reportagem da Folha, mas não divulgou uma posição até a conclusão desta edição.
Costa disse que a prioridade será buscar parcerias com entidades e empresas para a ampliação da liberdade assistida. A Febem atende mais de 18 mil jovens (12,8 mil estão em liberdade assistida).


Texto Anterior: Ex-subprefeito de Maluf assume defendendo indicações políticas
Próximo Texto: De segunda mão: Guarda Civil recebe motos usadas para patrulhar a cidade
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.