São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

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AVIAÇÃO

Proposta de contenção inclui os aeroportos Santos Dumont (Rio) e Pampulha (Belo Horizonte); empresas resistem

DAC quer reduzir os vôos em Congonhas

BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL

O DAC (Departamento de Aviação Civil) vai encaminhar até o fim do mês ao Comando da Aeronáutica proposta de alteração no funcionamento dos aeroportos centrais de São Paulo (Congonhas), Rio (Santos Dumont) e Belo Horizonte (Pampulha), reduzindo o número de vôos.
A proposta original, feita pelo Comando da Aeronáutica ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, proíbe viagens desses aeroportos para cidades como Curitiba, Salvador e Recife.
Só seriam permitidos vôos para cidades com menos de 1 milhão de habitantes que não sejam capitais de Estado. As exceções seriam os vôos entre os três aeroportos centrais (a ponte aérea Rio-São Paulo, por exemplo, não seria afetada).
A idéia é redistribuir os vôos para Guarulhos, em São Paulo, Confins, em Belo Horizonte, e para o Galeão, no Rio, já que, segundo o DAC, eles não estariam usando toda a sua capacidade.
A questão está sendo discutida em um grupo de estudo coordenado pelo DAC, do qual fazem parte a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e entidades que representam empresas que atuam no setor. A decisão final, no entanto, será do novo comandante da Aeronáutica, nomeado pelo governo Lula.
O grupo tem até 31 de janeiro para definir sua posição. A posição do DAC é que existe a necessidade de redução do tráfego nesses aeroportos, restando apenas definir de quanto seria a diminuição, o que dependeria de negociações com as empresas.
George Ermakoff, 53, presidente do Snea (Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias), afirma que não há consenso. "Achamos que tudo tem de ficar como está. Não existe posição de cortar nada." Segundo ele, não adianta transferir o tráfego de um aeroporto para outro. "É o mesmo espaço aéreo", diz.
Outra proposta do Comando da Aeronáutica é que cada companhia aérea ocupe no máximo 20% dos horários de pousos e decolagens de um aeroporto. O sindicato das empresas se diz contrário ao limite. A assessoria da TAM informou que, em Congonhas, a empresa possui algo em torno de 35% desses horários.
Segundo o Snea, a mudança reduziria em 50% o número de passageiros de Congonhas -o aeroporto atende cerca de 12 milhões de passageiros por ano. São 700 pousos e decolagens por dia.


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