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AVIAÇÃO
Proposta de contenção inclui os aeroportos Santos Dumont (Rio) e Pampulha (Belo Horizonte); empresas resistem
DAC quer reduzir os vôos em Congonhas
BRUNO LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
O DAC (Departamento de Aviação Civil) vai encaminhar até o
fim do mês ao Comando da Aeronáutica proposta de alteração no
funcionamento dos aeroportos
centrais de São Paulo (Congonhas), Rio (Santos Dumont) e Belo Horizonte (Pampulha), reduzindo o número de vôos.
A proposta original, feita pelo
Comando da Aeronáutica ainda
no governo de Fernando Henrique Cardoso, proíbe viagens desses aeroportos para cidades como
Curitiba, Salvador e Recife.
Só seriam permitidos vôos para
cidades com menos de 1 milhão
de habitantes que não sejam capitais de Estado. As exceções seriam
os vôos entre os três aeroportos
centrais (a ponte aérea Rio-São
Paulo, por exemplo, não seria afetada).
A idéia é redistribuir os vôos para Guarulhos, em São Paulo, Confins, em Belo Horizonte, e para o
Galeão, no Rio, já que, segundo o
DAC, eles não estariam usando
toda a sua capacidade.
A questão está sendo discutida
em um grupo de estudo coordenado pelo DAC, do qual fazem
parte a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), o Decea (Departamento
de Controle do Espaço Aéreo) e
entidades que representam empresas que atuam no setor. A decisão final, no entanto, será do novo comandante da Aeronáutica,
nomeado pelo governo Lula.
O grupo tem até 31 de janeiro
para definir sua posição. A posição do DAC é que existe a necessidade de redução do tráfego nesses
aeroportos, restando apenas definir de quanto seria a diminuição,
o que dependeria de negociações
com as empresas.
George Ermakoff, 53, presidente do Snea (Sindicato Nacional de
Empresas Aeroviárias), afirma
que não há consenso. "Achamos
que tudo tem de ficar como está.
Não existe posição de cortar nada." Segundo ele, não adianta
transferir o tráfego de um aeroporto para outro. "É o mesmo espaço aéreo", diz.
Outra proposta do Comando da
Aeronáutica é que cada companhia aérea ocupe no máximo 20%
dos horários de pousos e decolagens de um aeroporto. O sindicato das empresas se diz contrário
ao limite. A assessoria da TAM informou que, em Congonhas, a
empresa possui algo em torno de
35% desses horários.
Segundo o Snea, a mudança reduziria em 50% o número de passageiros de Congonhas -o aeroporto atende cerca de 12 milhões
de passageiros por ano. São 700
pousos e decolagens por dia.
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