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Quadrilha mantém 50 reféns por 3h em assalto a supermercado
JOÃO PEQUENO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um grupo de cerca de 20 homens assaltou na manhã de ontem um supermercado da rede
Makro, em Bonsucesso (zona
norte do Rio de Janeiro). Durante
três horas (das 6h às 9h), os assaltantes fizeram 50 reféns entre
clientes e funcionários
Eles levaram principalmente
eletrodomésticos, cigarros e bebidas, transportados em dois caminhões. Até o fechamento desta
edição, a direção do supermercado ainda não havia contabilizado
os prejuízos.
O assalto começou quando o
comerciante Sérgio Velloso Rodrigues, 55, chegou ao Makro
pouco depois das 7h30 -horário
de abertura aos domingos- e foi
rendido por dois homens.
"Eles mandaram o recepcionista ficar na entrada, para não levantar suspeitas", conta. Uma hora e meia antes, ao iniciar o assalto, o grupo mandou um vigilante
desligar o alarme.
Quem chegava ao supermercado era obrigado a deixar os telefones celulares e as chaves de seus
automóveis com os assaltantes,
que levavam os reféns para um
depósito e, em seguida, para uma
sala da administração.
Alguns deles foram amarrados
com fitas adesivas, mas, segundo
algumas testemunhas, os assaltantes estavam tranqüilos e não
agiram de forma violenta -chegaram a dar água e até sorvete a
clientes e funcionários.
Polícia
Segundo testemunhas, apesar
de ter sido avisada às 7h20, a polícia chegou ao supermercado somente às 9h30, meia hora após os
assaltantes fugirem.
"Um funcionário chegou para
trabalhar, notou que havia algo
estranho e não entrou no supermercado. Ele ligou para o 190 [telefone de emergência da polícia]
no mesmo momento, mas a PM
só chegou lá duas horas e dez minutos depois. Eu vi a ligação registrada no celular dele depois", afirma Rodrigues.
O tenente-coronel Mário Sérgio
Duarte, comandante do 22º Batalhão (Maré), afirma que as ligações recebidas pelo número 190
são distribuídas pelo centro de
operações da PM. Os policiais que
estiveram no supermercado disseram que foram chamados pelo
rádio às 9h15.
Os ladrões fugiram nos dois caminhões em que haviam chegado
ao Makro e em dois automóveis,
uma Kombi e um Vectra, roubados de clientes. Os reféns deixaram a sala após ouvir o barulho
dos motores e concluir que os assaltantes tinham fugido.
O comerciante Leandro Nunes,
38, que teve seu carro roubado,
disse que, além do meio de transporte, perdeu seu instrumento de
trabalho. "Tive que trabalhar
muito pra comprar a Kombi e a
usava para carregar mercadorias.
Hoje, não tenho dinheiro nem para um fusquinha."
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