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SEGURANÇA
Ação frustrada foi em Presidente Bernardes (SP), unidade considerada modelo e com regime disciplinar mais rígido do país
Grupo usa suposto míssil para resgatar preso
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
Três pessoas foram presas e um
arsenal com dois supostos mísseis
foi apreendido após tentativa de
resgate ocorrida na madrugada
de ontem no complexo penitenciário de Presidente Bernardes
(589 km a oeste de SP).
No local, há um presídio de segurança máxima e o CRP (Centro
de Readaptação Penitenciária),
considerado exemplo de segurança e com o regime disciplinar
mais rígido do país.
Cumprem pena nas duas unidades, entre outros, Marcos Willians
Herbas Camacho, o Marcola,
apontado como o principal líder
do PCC (Primeiro Comando da
Capital), e o chileno Maurício
Hernandez Norambuena, condenado a 30 anos de prisão por comandar, em 2001, o seqüestro do
publicitário Washington Olivetto.
Essa foi a primeira tentativa de
resgate no CRP, inaugurado em
abril de 2002. Segundo a PM, por
volta das 4h, dez homens em quatro carros chegaram ao presídio
atirando. Os policiais da muralha
reagiram, e os criminosos fugiram, abandonando os carros e armas, inclusive o suposto míssil
com uma base de lançamento.
Durante a perseguição policial,
um homem e duas mulheres
(uma delas grávida de seis meses)
foram presos em rodovias próximas ao complexo. À tarde, foi detida uma pessoa suspeita de integrar o grupo. As identidades não
foram divulgadas -um dos acusados usou documentos falsos.
Parte das armas foi localizada
em Presidente Prudente, a 20 km
dos presídios. São sete fuzis, uma
metralhadora, os dois supostos
mísseis, 502 munições de uso restrito do Exército e carregadores.
Uma equipe do Gate (Grupo de
Operações Táticas Especiais) foi
ontem ao local para desmontar os
artefatos. Até a conclusão desta
edição, não havia conseguido
identificá-los. Segundo o professor de armamento da Academia
da Polícia Civil Wagner Poiato,
que esteve no local, os mísseis são,
na verdade, foguetes.
Segundo o delegado seccional
de Prudente, Marcos Mourão, a
polícia soube da possibilidade da
tentativa de resgate no sábado
após uma apreensão de armas em
Santa Cruz do Rio Pardo (SP).
A Folha apurou que um dos alvos da ação era Marcola, que saiu
do CRP há três meses e está na
unidade prisional menos rígida.
O CRP possui bloqueador de celular, placas de aço no piso para
evitar escavação de túneis e cabos
de aço em locais estratégicos contra resgates aéreos. Tem capacidade para 160 presos, mas ontem
abrigava 130. Os presos ficam em
celas individuais por 22 horas.
Não há contato físico com parentes e advogados. A outra unidade
suporta 750 presos, mas tinha ontem, em celas coletivas, 1.012.
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