São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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SEGURANÇA

Ação frustrada foi em Presidente Bernardes (SP), unidade considerada modelo e com regime disciplinar mais rígido do país

Grupo usa suposto míssil para resgatar preso

CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

Três pessoas foram presas e um arsenal com dois supostos mísseis foi apreendido após tentativa de resgate ocorrida na madrugada de ontem no complexo penitenciário de Presidente Bernardes (589 km a oeste de SP).
No local, há um presídio de segurança máxima e o CRP (Centro de Readaptação Penitenciária), considerado exemplo de segurança e com o regime disciplinar mais rígido do país.
Cumprem pena nas duas unidades, entre outros, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como o principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), e o chileno Maurício Hernandez Norambuena, condenado a 30 anos de prisão por comandar, em 2001, o seqüestro do publicitário Washington Olivetto.
Essa foi a primeira tentativa de resgate no CRP, inaugurado em abril de 2002. Segundo a PM, por volta das 4h, dez homens em quatro carros chegaram ao presídio atirando. Os policiais da muralha reagiram, e os criminosos fugiram, abandonando os carros e armas, inclusive o suposto míssil com uma base de lançamento.
Durante a perseguição policial, um homem e duas mulheres (uma delas grávida de seis meses) foram presos em rodovias próximas ao complexo. À tarde, foi detida uma pessoa suspeita de integrar o grupo. As identidades não foram divulgadas -um dos acusados usou documentos falsos.
Parte das armas foi localizada em Presidente Prudente, a 20 km dos presídios. São sete fuzis, uma metralhadora, os dois supostos mísseis, 502 munições de uso restrito do Exército e carregadores.
Uma equipe do Gate (Grupo de Operações Táticas Especiais) foi ontem ao local para desmontar os artefatos. Até a conclusão desta edição, não havia conseguido identificá-los. Segundo o professor de armamento da Academia da Polícia Civil Wagner Poiato, que esteve no local, os mísseis são, na verdade, foguetes.
Segundo o delegado seccional de Prudente, Marcos Mourão, a polícia soube da possibilidade da tentativa de resgate no sábado após uma apreensão de armas em Santa Cruz do Rio Pardo (SP).
A Folha apurou que um dos alvos da ação era Marcola, que saiu do CRP há três meses e está na unidade prisional menos rígida.
O CRP possui bloqueador de celular, placas de aço no piso para evitar escavação de túneis e cabos de aço em locais estratégicos contra resgates aéreos. Tem capacidade para 160 presos, mas ontem abrigava 130. Os presos ficam em celas individuais por 22 horas. Não há contato físico com parentes e advogados. A outra unidade suporta 750 presos, mas tinha ontem, em celas coletivas, 1.012.


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