São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

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Sem gasolina, polícia do MS reduz ronda

Crise financeira leva governo a cortar verba para combustível e PM do Estado se restringe a emergência

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Sem dinheiro para comprar combustível, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul deixou de fazer patrulhamentos nas ruas e só atende emergências desde o início da semana.
O racionamento de gasolina e de diesel também atinge a Polícia Civil, responsável pela investigação de crimes, e o Corpo de Bombeiros. Há ainda carros em oficinas mecânicas sem previsão de conserto.
Segundo o governador André Puccinelli (PMDB), o Estado usou o dinheiro que tinha em caixa para pagar anteontem R$ 46,5 milhões da parcela da dívida atrasada com a União feita pelo seu antecessor, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT. Diante da crise, o governador determinou corte de gastos.
O comandante da PM, coronel Ademar Brites, afirmou ontem que cada um dos carros de polícia percorria mais de 300 km por dia nas principais cidades do Estado. Fazem agora, no máximo, 130 km.
Puccinelli mandou que sejam distribuídos apenas 20 litros de combustível por carro diariamente. A prioridade são as dez maiores cidades do Estado -que tem 78 municípios. Em Campo Grande, capital com cerca de 670 mil habitantes, estão de prontidão de 36 a 50 viaturas para emergências.

Custo social
Segundo o coronel Brites, a PM gastava por semana R$ 400 mil com combustível. Devido aos cortes de despesa, o valor despencou para R$ 236 mil. "Eu entendo que isso é uma medida de economia, mas necessita de uma avaliação para ver o resultado. O custo social é muito maior que o financeiro."
"É bom deixar claro que a população não deve entrar em pânico. Estamos fazendo nosso trabalho de investigação", disse o delegado Fernando Paciello Júnior, relações públicas da Diretoria Geral da Polícia Civil.
O ex-governador Zeca do PT está em férias. Por meio de assessores, ele diz que casos de febre aftosa registrados em 2005 no Estado reduziram a receita de impostos, levando a uma crise financeira.
As polícias, com isso, trabalham com uma escala de prioridade nos atendimentos. Em primeiro estão os homicídios ou as tentativas. Depois, vêm os seqüestros. Em terceiro seguem os furtos e roubos.


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