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Sem gasolina, polícia do MS reduz ronda
Crise financeira leva governo a cortar verba para combustível e PM do Estado se restringe a emergência
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Sem dinheiro para comprar
combustível, a Polícia Militar
de Mato Grosso do Sul deixou
de fazer patrulhamentos nas
ruas e só atende emergências
desde o início da semana.
O racionamento de gasolina
e de diesel também atinge a Polícia Civil, responsável pela investigação de crimes, e o Corpo
de Bombeiros. Há ainda carros
em oficinas mecânicas sem
previsão de conserto.
Segundo o governador André
Puccinelli (PMDB), o Estado
usou o dinheiro que tinha em
caixa para pagar anteontem R$
46,5 milhões da parcela da dívida atrasada com a União feita
pelo seu antecessor, José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT.
Diante da crise, o governador
determinou corte de gastos.
O comandante da PM, coronel Ademar Brites, afirmou ontem que cada um dos carros de
polícia percorria mais de 300
km por dia nas principais cidades do Estado. Fazem agora, no
máximo, 130 km.
Puccinelli mandou que sejam distribuídos apenas 20 litros de combustível por carro
diariamente. A prioridade são
as dez maiores cidades do Estado -que tem 78 municípios.
Em Campo Grande, capital
com cerca de 670 mil habitantes, estão de prontidão de 36 a
50 viaturas para emergências.
Custo social
Segundo o coronel Brites, a
PM gastava por semana R$ 400
mil com combustível. Devido
aos cortes de despesa, o valor
despencou para R$ 236 mil.
"Eu entendo que isso é uma
medida de economia, mas necessita de uma avaliação para
ver o resultado. O custo social é
muito maior que o financeiro."
"É bom deixar claro que a população não deve entrar em pânico. Estamos fazendo nosso
trabalho de investigação", disse
o delegado Fernando Paciello
Júnior, relações públicas da Diretoria Geral da Polícia Civil.
O ex-governador Zeca do PT
está em férias. Por meio de assessores, ele diz que casos de febre aftosa registrados em 2005
no Estado reduziram a receita
de impostos, levando a uma crise financeira.
As polícias, com isso, trabalham com uma escala de prioridade nos atendimentos. Em
primeiro estão os homicídios
ou as tentativas. Depois, vêm os
seqüestros. Em terceiro seguem os furtos e roubos.
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