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Maria Steiner, a vida e o quebra-cabeça
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mundo, para a pesquisadora Maria Helena Figueiredo Steiner, era como um gráfico Rorschach -emaranhado de imagens usado na psicologia para revelar a personalidade. A sua, as imagens
diriam, era a de uma mente
inquieta e curiosa incurável.
A filha de portugueses nasceu em Angola, quando a
mãe visitava o país com o
marido, missionário presbiteriano. Logo vieram para o
Brasil, onde virou professora
normal. Dava aulas e estudava -fez ciências sociais, pedagogia e psicologia.
Foi então dar aulas na USP
e ser encarregada de educação infantil do prefeito Faria
Lima, na São Paulo de 1965.
Foi ainda secretária da educação de Santo André, mas
decidiu dedicar-se ao consultório que tinha aberto.
Fez doutorado e alcançou
a livre docência na USP, com
uma interpretação da infância na obra do escritor Graciliano Ramos. E foi uma das
fundadoras da Sociedade
Rorschach de São Paulo, pioneira no uso do método de
avaliação de personalidade.
A paixão por crianças rendeu o livro "Quando a criança não tem vez", de 1986 -e
três filhos, cinco netos e cinco bisnetos.
"Sempre intelectual ", quebrava a cabeça até nos momentos de lazer -quando se
debruçava, mesmo aos 82
anos, sobre a mesa do escritório, para montar quebra-cabeças de até 3.000 peças.
Chegava a acordar à noite
com insights para as peças.
Ela morreu no dia 2, de falência múltipla dos órgãos.
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