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Parceria vai viabilizar pesquisa
com quimioterápicos no Incor
KÁTIA STRINGUETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um contrato de participação
acionária assinado ontem entre a
Fundação Zerbini/Incor e uma
empresa americana de alta tecnologia, a iCell Therapeutics Corp.,
vai acelerar as pesquisas no Instituto do Coração.
Com o capital gerado pela sociedade (a expectativa é conseguir
US$ 50 milhões no período de três
a quatro anos) será possível viabilizar a produção industrial da partícula LDE, desenvolvida por pesquisadores do instituto, e fazer
testes clínicos mais amplos para
verificar a aplicabilidade da LDE e
seus reais benefícios.
A partícula serve de veículo para
quimioterápicos (medicamentos
para câncer), com a vantagem de
levar a droga diretamente para as
células do tumor, poupando as
células sadias. "Já testamos em
150 pacientes e os efeitos colaterais da quimioterapia com a partícula associada foram desprezíveis", disse o pesquisador Raul
Maranhão.
No contrato assinado ontem, a
Fundação Zerbini, detentora da
patente da partícula, cede os direitos do produto para a iCell. Em
troca, recebe o direito à representação na diretoria da empresa e
recursos para avançar nas pesquisas com a LDE.
"Foi uma saída para acelerar os
estudos e trazer a público o que
descobrimos", disse José Antonio
Ramires, diretor-geral do Incor.
No Brasil, a Fundação Zerbini
estava tendo dificuldade em conseguir os recursos. Agora, essa
missão fica por conta da iCell,
criada em janeiro para essa finalidade. "Vamos fazer um trabalho
de captação de recursos junto aos
investidores dos EUA", disse Kito
Tosetti, presidente da empresa.
Para o primeiro arranque na
pesquisa serão necessários US$ 5
milhões. Esse dinheiro será empregado para refinar a tecnologia
do Incor: comprar equipamentos
avançados e contratar pessoal especializado. "O Incor mantém
um laboratório em nível acadêmico e vamos ampliar a produção
para uma escala industrial".
A partícula também poderá ser
utilizada para transportar substâncias radioativas e, no futuro,
será aplicada na terapia genética.
A princípio, será implantado
um Centro de Desenvolvimento
Tecnológico da iCell no próprio
instituto. A captação de recursos
internacionais também posicionará o trabalho do Incor no centro da indústria de alta tecnologia.
A perspectiva é de que ficará mais
fácil receber a verba necessária.
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