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OUTRO LADO
Prefeitura diz que dívida é herança de Pitta
DA REPORTAGEM LOCAL
A assessoria de imprensa da
Secretaria Municipal de Finanças divulgou ontem uma nota
oficial na qual responsabiliza o
ex-prefeito paulistano Celso
Pitta (PSL) pelo aumento da dívida da cidade.
"Quanto ao limite de endividamento da Prefeitura de São
Paulo estar acima do definido
pelo Senado, é por causa do tamanho da dívida atingida e negociada pelo ex-prefeito Celso
Pitta, em maio de 2000, que
apesar de comprometer 13%
da receita líquida real todos os
meses, não é suficiente para diminuir a dívida original", afirma a nota oficial.
Ao comentar a dívida da prefeitura no final do ano passado,
a prefeita Marta Suplicy escreveu carta à Folha na qual afirmou: "As duas administrações
que me precederam endividaram a cidade, alienando por 30
anos a capacidade de investimento da Prefeitura de São
Paulo". Escreveu, ainda, que o
pagamento de R$ 100 milhões
por mês "retira esse dinheiro
das urgentes necessidades de
investimento em saúde, educação, transporte e moradia".
A secretaria informou que o
déficit orçamentário de R$
647,5 milhões publicado no Relatório de Gestão Fiscal do terceiro quadrimestre de 2003
"não é composto apenas de
despesas que deixaram de ser
pagas no exercício passado".
Afirma que, desse total, R$
562,4 milhões são referentes a
despesas que foram empenhadas mas não liquidadas.
"São serviços ou obras que
não haviam sido feitos até 31 de
dezembro de 2003 ou que o
vencimento das faturas ocorreriam em 2004. Portanto, não se
caracterizam como dívida da
prefeitura, uma vez que nesses
casos os vencimentos não
ocorreram em 2003."
A secretaria não diz, porém,
qual percentual desse total se
refere a empenhos que serão
cancelados e qual é a parcela de
pagamentos com vencimento
em 2004. Também não diz onde estão computados os pagamentos vencidos em 2003 e que
não foram realizados até hoje.
A nota oficial também diz
que 2003 "foi um ano difícil para as prefeituras do país". Afirma que a "receita não acompanhou as previsões iniciais" e
que isso levou a Prefeitura de
São Paulo "a fazer vários ajustes ao longo do ano passado".
"Graças a isto, o déficit ajustado (considerando apenas as
faturas vencidas e não pagas)
foi de apenas R$ 84,9 milhões,
menos de 1% da receita total
conforme mostrado no Relatório de Gestão Fiscal."
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