São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

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RJ não aguenta tanta chuva, diz vice de Cabral

Para Luiz Fernando Pezão, nenhuma cidade está pronta para temporais como os de janeiro

FELIPE CARUSO
RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO

Coordenador dos esforços de resgate e reconstrução após os temporais na região serrana do Rio, o vice-governador e secretário de Obras Luiz Fernando Pezão (PMDB) diz em entrevista à Folha que o Estado ainda não está preparado para uma nova enxurrada como a que tirou a vida de mais de 800 pessoas.

 


Folha - A culpa da destruição foi da chuva excepcional ou das ocupações irregulares?
Luiz Fernando Pezão -
A serra tem uma ocupação desordenada, mas desta vez foram muitas casas boas [destruídas]. Morreu mais gente pela ocupação desordenada, mas ali pegou rico e pobre.
Na serra, o pessoal também não tem muita opção: ou mora na encosta ou na beira do rio. Não tinha como evitar a destruição.

As chuvas intensas poderiam ser previstas com mais antecedência?
Temos que aprimorar mais. Temos que ter espaços para levar as pessoas, como igrejas e outros centros. Temos que ter mais gente treinada dentro das comunidades. Tem toda uma série de medidas para não deixar a ocupação desordenada.

Como resolver a falta de imóveis para os desabrigados?
Muito através das pessoas que vão receber o aluguel social e vão morar na casa de parentes, sabendo que vão ter a casa ainda este ano.

Houve problema de desorganização na distribuição de donativos?
Eu fui um dia ver e fiquei uns cinco dias pedindo para não mandarem mais roupas. Chega de roupa. O cara vê tudo que ele tem em casa e que não está usando e manda pra lá. Eu pedi para verem se podemos distribuir nas favelas.

Niterói e Angra dos Reis passaram por tragédias semelhantes em 2010. Essas cidades estão prontas para encarar uma nova chuva?
Acho que não. Nenhuma cidade. A gente ainda tem que fazer mais investimentos. Nós já entregamos algumas obras, em parceria com as prefeituras, de contenção de encostas. Vamos entregar 146 apartamentos.
Mas acho que a gente só vai melhorar essas cidades quando tiver os recursos de um financiamento que estamos pegando de quase R$ 1 bilhão, que vai permitir fazer mais obras, tirar mais gente de áreas de risco.

O dinheiro virá do Banco Mundial?
A gente está com a operação em discussão no Banco Mundial, mas fizemos um pleito à presidente Dilma para que ela pudesse acelerar pela Caixa Econômica. Essas coisas são muito demoradas.


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