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INTERNET
Objetivo do Conselho Regional de Medicina de SP é impedir charlatanismo e venda de remédios controlados sem receita
Médicos criam normas para sites de saúde
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Os sites relacionados à saúde estão na mira do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Entre as principais irregularidades apontadas
como alvos primordiais do conselho estão a venda de medicamentos controlados sem receita, a exposição de imagens ou informações sobre pacientes, o charlatanismo e o curandeirismo.
Para regulamentar o conteúdo
das informações veiculadas pela
Internet, o Cremesp lançou ontem o "Manual de Ética para Sites
de Medicina e Saúde na Internet".
No caso de comprovação de
conduta irregular por profissionais ou instituições médicas- o
que é feito após a abertura de um
processo investigativo-, o responsável está sujeito a penas que
variam de advertências até a cassação do registro profissional.
Segundo o conselheiro Moacyr
Perche, o manual surgiu da demanda de informações requisitadas pelos médicos ao Cremesp.
Entre os critérios exigidos para
um site de saúde, estão a transparência de qualquer vínculo com
patrocinadores e a divulgação do
nome do responsável pelas informações veiculadas.
Perche afirma que as irregularidades apontadas pelo conselho
são mais comuns na Internet pela
rapidez com que as informações
são trocadas e pelo anonimato
proporcionado pela rede.
"A Internet traz inúmeras vantagens para o médico e para o paciente como a facilidade na interação, a possibilidade de trocar de
informações à distância e a pesquisa continuada. Mas também
pode ter consequências drásticas
como o afastamento dos consultórios e o aparecimento de redes
de charlatanismo."
Um dos casos mais evidentes
apontados pelo conselheiro são as
terapias online. Por meio de longos formulários que requisitam
diversas informações sobre o paciente, o terapeuta virtual envia
diagnósticos e tratamentos aos internautas. Essa prática, segundo
Perche, pode dar margem a muitas informações equivocadas.
Quando o site que contém alguma irregularidade se refere a outros tipos de ciência que não a medicina, o Cremesp encaminha a
denúncia ao Ministério Público
ou ao conselho correspondente.
De acordo com a presidente da
instituição, Regina Parizi, a intenção é levar a idéia ao Conselho Federal de Medicina para que o manual possa valer em todo país.
"Por enquanto, as normas estabelecidas pelo manual estão valendo apenas para os 80 mil médicos do Estado registrados no Cremesp. Queremos que elas valham
para os 230 mil profissionais existentes no Brasil."
Segundo Sergio Santos, diretor-geral dos sites Salutia e Planeta Vida, que abordam o tema, a maioria dos sites referentes à saúde ou
medicina segue as normas internacionais do HON (Health on Net
Foundation), estabelecidas em
1995 na Suíça.
"Aparentemente, o manual do
Cremesp segue as mesmas normas estabelecidas pelo HON, o
que eles fizeram foi oficializá-las.
Por isso, nos sentimos bastante
confortáveis com relação às regras estabelecidas por ele."
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