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Para brasileiro,
doador vivo é a
melhor saída
DA AGÊNCIA FOLHA
Para o cirurgião Sérgio Mies,
58, do Hospital das Clínicas de
São Paulo, a saída para diminuir a fila de espera no Brasil é a
intensificação de transplantes
de fígado entre seres vivos.
"Não tenha dúvidas disso. O
problema é que tem que ser feito com muito cuidado para
proteger a vida do doador, mas
com certeza essa técnica vai diminuir muito a pressão que
existe para obtenção de doadores de cadáveres."
Segundo Mies, a primeira cirurgia mundial utilizando essa
técnica, em 1989, foi feita por
sua equipe em uma criança de
2 anos. O paciente morreu cinco meses depois devido a uma
infecção por um vírus.
De lá para cá, a técnica foi
adotada em todo o mundo. No
Brasil, várias unidades já a desenvolvem. Em São José do Rio
Preto, foram feitas duas cirurgias desse tipo no final do ano
passado. No país todo, foram
cerca de cem.
No mundo todo, só cinco
doadores vivos de fígado morreram em consequência das cirurgias, segundo o cirurgião
britânico Paul McMaster.
De acordo com Mies, a média
é uma morte para cada mil cirurgias. No Brasil, todas as operações foram bem-sucedidas,
sem registro de mortes.
Inicialmente, os transplantes
inter vivos foram feitos com fígados de adultos beneficiando
crianças. Há dois anos, a Unidade de Fígado do Hospital das
Clínicas, chefiada por Mies, desenvolve cirurgias entre adultos. São retirados até 60% do fígado do doador, que se regenera em menos de três meses, segundo o médico.
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