São Paulo, sábado, 10 de março de 2001

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Para brasileiro, doador vivo é a melhor saída

DA AGÊNCIA FOLHA

Para o cirurgião Sérgio Mies, 58, do Hospital das Clínicas de São Paulo, a saída para diminuir a fila de espera no Brasil é a intensificação de transplantes de fígado entre seres vivos.
"Não tenha dúvidas disso. O problema é que tem que ser feito com muito cuidado para proteger a vida do doador, mas com certeza essa técnica vai diminuir muito a pressão que existe para obtenção de doadores de cadáveres."
Segundo Mies, a primeira cirurgia mundial utilizando essa técnica, em 1989, foi feita por sua equipe em uma criança de 2 anos. O paciente morreu cinco meses depois devido a uma infecção por um vírus.
De lá para cá, a técnica foi adotada em todo o mundo. No Brasil, várias unidades já a desenvolvem. Em São José do Rio Preto, foram feitas duas cirurgias desse tipo no final do ano passado. No país todo, foram cerca de cem.
No mundo todo, só cinco doadores vivos de fígado morreram em consequência das cirurgias, segundo o cirurgião britânico Paul McMaster.
De acordo com Mies, a média é uma morte para cada mil cirurgias. No Brasil, todas as operações foram bem-sucedidas, sem registro de mortes.
Inicialmente, os transplantes inter vivos foram feitos com fígados de adultos beneficiando crianças. Há dois anos, a Unidade de Fígado do Hospital das Clínicas, chefiada por Mies, desenvolve cirurgias entre adultos. São retirados até 60% do fígado do doador, que se regenera em menos de três meses, segundo o médico.



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