São Paulo, quinta-feira, 10 de março de 2011

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Radares voltam após Carnaval violento

Depois de atrasos e disparada de mortes, rodovias federais devem ganhar nova fiscalização eletrônica neste mês

Lombadas do Dnit foram desligadas em 2007 e, desde então, controle de velocidade enfrenta deficiências


ALENCAR IZIDORO
ROGÉRIO PAGNAN

DE SÃO PAULO

Após mais de três anos de atraso e um Carnaval com disparada de mortes, as rodovias federais devem receber a partir deste mês a prometida leva de lombadas eletrônicas e radares fixos para tentar reduzir os acidentes.
A contratação de 2.696 equipamentos para flagrar excesso de velocidade, avanço de semáforo vermelho e parada sobre a faixa de pedestre foi firmada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em dezembro de 2010.
O funcionamento deles, porém, só é previsto para começar nos próximos dias.
A justificativa é a necessidade de estudos técnicos e aferições. Pelo contrato, válido por cinco anos, as empresas terão até 24 meses para completar a instalação de todos os radares e lombadas.
A fiscalização eletrônica na malha federal está precária pelo menos desde outubro de 2007, quando 321 lombadas eletrônicas foram definitivamente desligadas devido ao término do contrato.
A interrupção dos serviços é citada por especialistas como um agravante para os acidentes e mortes nas estradas.
O país deve atingir em 2011 os maiores índices de violência registrados pela Polícia Rodoviária Federal em Carnavais de oito anos para cá.
O balanço até a 0h de ontem somava 189 mortes, 32% mais que no feriado completo de 2010 (a estatística ainda subirá porque falta computar os casos até a 0h de hoje).
Os novos equipamentos de fiscalização eletrônica atingem as rodovias que seguem sob administração federal -e não as privatizadas, que representam 7% da malha.
Desde que as lombadas do Dnit foram desligadas, em 2007, a fiscalização eletrônica nas estradas federais depende de poucos e obsoletos aparelhos da Polícia Rodoviária, além de radares em rodovias privatizadas fornecidos por concessionárias.
A PRF tem só 80 radares móveis e 500 portáteis -em formato de pistola, muitos com problemas e hoje só usados em casos excepcionais.
Para piorar, a instituição teve queda de contingente -de mais de 10 mil, há três anos, para os atuais 9.100.
Dados do Dnit já apontaram redução de 69% de mortes onde houve a instalação das lombadas dez anos atrás.
Após elas serem desligadas, duas tentativas de novas contratações fracassaram. A última licitação foi lançada em 2009 e previa os radares em fevereiro de 2010 -mas só agora eles vão operar.


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