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VIOLÊNCIA
Motivo de conflito entre internos é desconhecido; à tarde, houve início de rebelião
3 garotos morrem queimados na Febem
SANDRA HAHN
da Agência Folha, em Porto Alegre
Três menores morreram na manhã de ontem por causa de queimaduras sofridas após uma briga
no Instituto Central de Menores,
da Febem (Fundação Estadual do
Bem-Estar do Menor), em Porto
Alegre (RS). O instituto abriga internos considerados de alta periculosidade.
A direção da Febem divulgou
que quatro menores tiveram um
desentendimento na madrugada
de segunda-feira no quarto que
ocupavam no instituto. No local,
dois deles teriam espancado um
colega de quarto.
Os monitores do instituto retiraram do quarto o menor ferido. Os
outros três tiveram uma briga e
queimaram colchões. A Brigada
Militar, que faz o policiamento do
instituto, informou que não conhecia as razões do conflito e
abriu uma sindicância.
Os menores Roger Souza de
Freitas, 17, Márcio José da Silva,
17, e Isaías Laphis Neuschrank, 16,
morreram devido às queimaduras. Neuschrank foi retirado morto do quarto. Os outros dois ainda
receberam atendimento médico,
mas morreram no hospital.
Mal havia voltado a calma ao
instituto quando começou um
motim ontem à tarde. A Brigada
Militar invadiu o local para conter
a rebelião. O episódio deixou cinco menores feridos com escoriações e cinco PMs, segundo o comando da Brigada Militar.
O comandante do policiamento
da área metropolitana, Arlindo
Bonete, disse que os menores da
ala 2, que estavam no pátio, se recusaram a voltar para seus quartos
por volta das 16h. Eles começaram
a derrubar grades, quebrar paredes e construir barricadas com
colchões.
Ao invadir o instituto, os policiais foram recebidos com tijolos
retirados das paredes, segundo
Bonete. Eles teriam respondido
com bombas de gás lacrimogêneo.
Depois de controlado o motim,
começou uma conferência para
saber se algum interno havia escapado do instituto. Segundo funcionários, alguns monitores usados como reféns também saíram
feridos no confronto. Até às 18h15,
não havia relatório oficial de feridos.
A superlotação é apontada como
o principal motivo dos conflitos
no Instituto Central de Menores,
que tem capacidade para 80 internos. Segundo o secretário do Trabalho, Iradir Pietroski, há 125
adolescentes no local. A direção
do instituto afirmou que 154 menores estavam no local.
O secretário disse que a situação
vai melhorar em abril, quando devem entrar em funcionamento
duas novas casas para abrigar menores infratores no Estado.
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