São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2000


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Esquema recrutava menores

da Reportagem Local

Por trás dos guardas mirins que ficam no semáforo da região do aeroporto (zona sudoeste de São Paulo) já houve um esquema organizado de exploração de adolescentes.
Um homem conhecido como Luiz Henrique Moreira da Silva ou "Capitão Moreira" recrutava, entre os anos de 93 e 97, garotos com menos de 18 anos da zona leste para trabalhar na sua entidade, a ACCC (Associação Comunitária de Crianças Carentes).
Os meninos que passaram pela entidade relataram que todos eles ganhavam uniformes militares e se identificavam como sendo da Otom (Organização de Turma de Operação Metropolitana)
O esquema foi descoberto pela Promotoria de Infância e Juventude, que pediu, em 97, o fechamento da ACCC e a proibição das arrecadações usando os garotos, em desobediência ao Estatuto da Criança e do Adolescente. A reportagem tentou contatar Moreira nos endereços e telefones fornecidos por pessoas que o conheciam, mas não o encontrou.
Hoje, os falsos guardas mirins continuam nos semáforos, mas dessa vez como autônomos.
Os garotos só aceitaram falar com a reportagem na terceira vez que o contato foi tentado. Na primeira, fugiram. Depois, ameaçaram o fotógrafo da Folha.
Quando resolveram falar, admitiram que mentiam para conseguir o dinheiro. "Ajudo minha mãe a pagar a prestação da casa", disse F.L., 17. (ASS e AI)

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