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Esquema recrutava menores
da Reportagem Local
Por trás dos guardas mirins que
ficam no semáforo da região do
aeroporto (zona sudoeste de São
Paulo) já houve um esquema organizado de exploração de adolescentes.
Um homem conhecido como
Luiz Henrique Moreira da Silva
ou "Capitão Moreira" recrutava,
entre os anos de 93 e 97, garotos
com menos de 18 anos da zona
leste para trabalhar na sua entidade, a ACCC (Associação Comunitária de Crianças Carentes).
Os meninos que passaram pela
entidade relataram que todos eles
ganhavam uniformes militares e
se identificavam como sendo da
Otom (Organização de Turma de
Operação Metropolitana)
O esquema foi descoberto pela
Promotoria de Infância e Juventude, que pediu, em 97, o fechamento da ACCC e a proibição das
arrecadações usando os garotos,
em desobediência ao Estatuto da
Criança e do Adolescente. A reportagem tentou contatar Moreira nos endereços e telefones fornecidos por pessoas que o conheciam, mas não o encontrou.
Hoje, os falsos guardas mirins
continuam nos semáforos, mas
dessa vez como autônomos.
Os garotos só aceitaram falar
com a reportagem na terceira vez
que o contato foi tentado. Na primeira, fugiram. Depois, ameaçaram o fotógrafo da Folha.
Quando resolveram falar, admitiram que mentiam para conseguir o dinheiro. "Ajudo minha
mãe a pagar a prestação da casa",
disse F.L., 17.
(ASS e AI)
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