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VIOLÊNCIA
Após 17 horas de negociações com a polícia, assaltantes desistiram de ação, que teve dez reféns em dois pontos distintos
4 são presos após tentativa de assalto em GO
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Depois de 17 horas de negociações, terminou, por volta da
meia-noite de anteontem, a tentativa de assalto seguida de sequestro à agência do Banco do Brasil
de Caldas Novas (120 km de Goiânia). O caso foi encerrado com a
liberação de três funcionários que
permaneciam como reféns.
No desenrolar da ação, dez pessoas foram tomadas como reféns
em dois pontos distintos. Até a
noite de ontem, quatro pessoas
haviam sido presas.
O plano dos criminosos teve início por volta de 19h30 de domingo, quando um bando sequestrou
o gerente Moacir Camilo Neto,
sua mulher e seus três filhos. O gerente foi levado para a agência
bancária por volta das 7h. O objetivo inicial era aguardar a abertura do cofre, programada para as
7h30, mas os assaltantes foram
surpreendidos por policiais do
Grupo de Patrulha Tática da PM e
mantiveram o gerente e outros
cinco funcionários como reféns.
Enquanto isso, a família de Camilo Neto permanecia escondida
em um cativeiro improvisado na
região de mata do município
goiano de Padre Bernardo.
"Eles estavam distantes dois
quilômetros da área urbana. No
local foi encontrada uma lona e
restos de marmitas", disse o delegado Antônio Gonçalves Pereira
dos Santos. Os parentes do gerente só foram libertados por volta
das 2h40 de ontem, quando foram deixados em uma estrada entre Braslândia e Taquatinga (DF).
Nenhum membro da família quis
comentar o sequestro.
Carlos Roberto Roched Júnior,
37, e Valdir José dos Reis, 30, se
renderam ao libertar os três últimos reféns da agência.
Ontem de manhã, a Polícia Civil
prendeu Edileuza Fátima Costa e
Silva, 29, e Manoel José dos Reis,
30, em Brasília. Na casa em que o
casal estava foram encontrados
quatro coletes à prova de bala e
uma pistola. Os quatro acusados
foram autuados por formação de
quadrilha e tentativa de assalto e
devem responder a processo em
Caldas Novas.
O advogado Jocelino de Melo
Júnior, que ajudou a intermediar
as negociações dos assaltantes
com a polícia na agência, continuará representando-os.
"É evidente que houve o constrangimento do cárcere privado,
mas o importante é que a situação
ficou sob controle e ninguém foi
molestado. Agora vamos defender o que for justo", disse.
Operação
Cerca de cem homens das polícias Civil, Militar e Federal foram
deslocados para a porta da agência do Banco do Brasil para tentar
negociar a rendição dos assaltantes e a liberação dos reféns.
Na manhã de segunda-feira, os
policiais fecharam o cerco à agência do Banco do Brasil. Cinco funcionários e o gerente foram tomados como reféns. Dizendo-se integrantes da facção criminosa PCC
(Primeiro Comando da Capital),
os criminosos exigiam o pagamento de R$ 1 milhão, coletes à
prova de bala e um carro-forte.
Ao longo do dia, eles diminuíram as reivindicações e passaram
a pedir R$ 250 mil e um carro modelo Gol ou Vectra. Os assaltantes
também liberaram três vítimas.
Desde o início, os comandos das
polícias mantiveram a posição de
não ceder aos pedidos e exigir a libertação das pessoas.
"O objetivo desde o início era
manter a vida dos funcionários e
também dos familiares, que estavam em local desconhecido até
então," disse o delegado Santos.
Ação integrada
Segundo o diretor-geral da Polícia Civil, Marcos Martins, a integração das ações foi fundamental.
"Primeiro cortamos o fornecimento de água e luz. À noite, apagamos as luzes da rua e colocamos holofotes na frente do prédio
do banco para cansá-los."
Depois da rendição da dupla, os
policiais encontraram uma submetralhadora Uzi, duas pistolas e
muita munição na agência.
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