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Estradas têm mais acidentes na Páscoa
Aumento foi de 24% nas vias federais durante o feriado deste ano, com 79 mortes e 1.149 pessoas feridas; Minas lidera ranking
Apagão aéreo, diz a polícia, elevou o movimento nas estradas; nas rodovias estaduais paulistas ocorreram 1.020 acidentes
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FERNANDO BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
O feriado da Páscoa foi ainda
mais violento neste ano nas estradas federais do país. A Polícia Rodoviária Federal registrou um aumento de 23,86% no
número de acidentes durante o
feriado, com 79 pessoas mortas, duas a mais do que no mesmo período de 2006.
Foram 1.744 acidentes, que
deixaram 1.149 pessoas feridas,
um salto de 29,25%.
Minas Gerais, Estado que
tem a maior malha de rodovias
federais do país, lidera todos os
rankings. Foram 324 acidentes,
15 mortos e 201 feridos. São
Paulo vem em seguida -foram
14 mortos em 164 acidentes.
As estatísticas da PRF mostram que houve neste ano uma
concentração maior de acidentes (629) e mortos (29) no domingo, na volta do feriado.
Para a Coordenadoria de
Operações da PRF, em Brasília,
há duas causas principais para
esses números: o volume de
tráfego subiu 30% em relação a
2006 e a frota nacional saltou
de 42 milhões para 45 milhões
entre 2005 e o final de 2006.
O cálculo de tráfego foi realizado com base no movimento
dos pedágios e em contagens
manuais, feitas pelos próprios
policiais rodoviários.
Já nas rodovias estaduais
paulistas ocorreram 1.020 acidentes. Foram 604 pessoas feridas e 36 mortas, mesmo número de 2006. Dos 604 acidentados, 427 sofreram ferimentos
leves e 141, graves.
Para a polícia, o apagão aéreo
pode ter afugentado os viajantes dos aeroportos e ajudado a
elevar o movimento nas estradas, principalmente as próximas às regiões metropolitanas.
Já para os especialistas, a
chuva que atingiu parte do país
no feriado e as más condições
das estradas também foram
responsáveis pelo aumento no
número de acidentes.
"Se eu tivesse que escolher
um vilão para esse feriado, seria
a chuva", disse Jaime Waisman, professor da USP. Para
Luiz Célio Bottura, consultor
em engenharia urbana e transporte, o pior são as estradas.
"Os problemas são os de sempre: a qualidade das pistas, dos
motoristas e dos veículos."
Estudos realizados pela PRF
desmentem, segundo o coordenador-geral de Operações, inspetor Alvarez de Souza Simões,
que a condição das estradas seja preponderante como causa
de acidentes. ""A maioria acontece em dias claros e em estradas retas", disse.
O que pode ocorrer, diz ele, é
que o motorista, ao cruzar uma
rodovia que alterne pontos esburacados e em boas condições, aumente a velocidade do
veículo quando a pista está boa.
Segundo o inspetor, o número de mortos poderia ser bem
pior caso a PRF não estivesse
realizando operações nos locais
em que ocorrem os acidentes
com maior gravidade.
Hoje, os policiais, afirma Simões, se concentram nos trechos em que costuma haver
acidentes com mais mortos. ""É
por isso que temos mais acidentes, mas menos mortes."
Porém, a estrutura da PRF
está aquém do necessário, conforme dados da própria corporação. Na década de 1980, cerca
de 10 mil policiais fiscalizavam
37 mil km de estradas federais.
Hoje, a malha atingiu 64 mil km
e o efetivo é o mesmo.
Colaborou CONSTANÇA TATSCH, da Reportagem Local
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