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Assembléia aprova projeto que limita falta de servidor
Funcionários do Estado poderão faltar até seis vezes por ano por razões médicas
Serão aceitas as faltas em razão de consultas ou
exames -desde que com atestados; Apeoesp diz que
projeto é um "absurdo"
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os servidores do Estado de
São Paulo não poderão faltar ao
trabalho por motivo médico
mais de seis vezes ao ano nem
mais de uma vez por mês. A regulamentação integra um projeto de lei aprovado ontem pela
Assembléia Legislativa. De autoria do governador José Serra
(PSDB), a medida foi enviada
ao Legislativo em dezembro
passado e deve ser sancionada
em 15 dias.
Serão aceitas as faltas em razão de consultas ou exames
-desde que apresentados os
atestados médicos de laboratórios ou de profissionais reconhecidos por entidades de classe. Para tratamentos médicos
que exijam licença, não há restrição de ausências, mas é preciso que o Estado comprove a
necessidade do procedimento.
Na justificativa do projeto,
Serra afirma que estudos feitos
pelo governo "demonstraram
que a inexistência de limites
para ausências não-previstas
possibilita ao servidor, em um
ano, mais faltar do que cumprir
a sua jornada".
A medida vale também para
os professores da rede estadual.
Reportagem da Folha publicada em novembro mostrou que
30 mil professores estaduais
faltam ao trabalho diariamente, o equivalente a 12,8% dos
que trabalham na rede.
O presidente da Apeoesp
(sindicato dos professores estaduais), Carlos Ramiro de
Castro, questionou a resolução.
"Essa rede [de ensino estadual]
não foi à falência total até hoje
por uma dedicação de seus profissionais. Querer limitar a falta de professor por questão de
assistência é um absurdo. O
professor tem o direito a que
têm os outros trabalhadores,
nada mais", afirmou.
O projeto substitui uma lei
de 2000. Apesar de o PT ter
apresentado sete emendas, todas foram recusadas pelos deputados -a redação original foi
aprovada na íntegra com 55 votos a favor e 21 contrários.
"O projeto é burro. Quem
não puder mais faltar vai tentar
conseguir uma licença e se ausentar por mais dias", disse o
deputado Roberto Felício (PT).
Colaborou o "Agora"
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