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Vacinação contra gripe A tem baixa adesão
Receberam a dose apenas 22% da população esperada; ministério culpa feriado e tradição de "deixar tudo para a última hora"
Governo realiza hoje "Dia D" da campanha contra a gripe suína, buscando atrair o público alvo para postos de saúde em todo o país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A campanha de vacinação
contra a gripe A (H1N1), que começou no dia 8 de março, por
enquanto atingiu apenas 22,1%
do número de pessoas que são
esperadas até o próximo dia 23.
Para ampliar a adesão à vacina, governos federal, estaduais
e municipais fazem hoje o "Dia
Nacional de Vacinação Contra
a Gripe H1N1", apelidado de
"Dia D". Deverão estar abertos
todos os 36 mil postos de vacinação do país. Os horários foram estipulados pelas secretarias municipais e estaduais.
Na semana passada, o ministério já havia decidido prorrogar a segunda etapa da vacinação -prevista para terminar no
dia 2 de abril-, que atende grávidas, pessoas com doenças
crônicas e crianças de seis meses a dois anos de idade. Esse
público poderá ser imunizado
até o dia 23, junto com a população da terceira etapa: os jovens e adultos de 20 a 29 anos.
Todos eles integram o grupo
convocado para a ofensiva de
hoje. Na época, o Ministério da
Saúde afirmou que a prorrogação era necessária devido ao feriado prolongado da Páscoa.
Ontem, o ministro da Saúde,
José Gomes Temporão, agregou à explicação o fato de o formato da campanha ser novo,
com etapas divididas de acordo
com faixa etária e estado de
saúde, e também o que chamou
de "tradição brasileira" de deixar as coisas para a última hora.
Por enquanto, a adesão mais
baixa está na faixa dos 20 a 29
anos: apenas 10% tomaram a
vacina. Entre os doentes crônicos, a proporção é de 32,8% e,
entre as grávidas, de 41,1%.
As gestantes foram vítimas
de 76% das mortes causadas
por essa gripe neste ano. A explicação é que o crescimento da
barriga acaba empurrando para
cima o diafragma, o que consequentemente diminui o espaço
para a respiração da gestante.
A adesão à vacina também é
mais baixa principalmente na
região amazônica, situação que
o ministro atribuiu à maior dificuldade de acesso e a uma
possível defasagem na transmissão dos dados sobre vacinação por parte dos municípios.
O Estado com a maior cobertura vacinal é o Maranhão, que
imunizou 63,5% da população
que era esperada nas duas primeiras etapas. Em São Paulo, o
percentual chegou a 40%.
Temporão descartou que as
pessoas estejam com medo de
tomar a vacina. De acordo com
ele, dados preliminares de uma
pesquisa feita pelo ministério
demonstraram que mais de
80% da população não tem nenhum receio de se imunizar.
Ainda assim, ele procurou
desmentir boatos sobre uma
eventual falta de segurança da
imunização e afirmou que não
foi registrada nenhuma complicação até agora, com 13,5 milhões de doses já aplicadas. "As
lendas urbanas que circulam
pela internet são disparates",
afirmou o ministro ontem.
No ano passado, cerca de
2.000 pessoas morreram no
Brasil devido à gripe A.
São Paulo
No Estado de SP, a população
terá a sua disposição hoje 3.840
postos fixos de vacinação. Eles
estão principalmente em unidades de saúde das prefeituras
ou centros de saúde, como o
Instituto Pasteur, em São Paulo. O horário de vacinação será
das 8h às 17h, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
A população terá ainda 1.604
postos volantes em shoppings,
supermercados, igrejas etc. É
possível checar a localização
desses postos na Grande SP por
meio do site do Centro de Vigilância Epidemiológica (www.cve.saude.sp.gov.br). Na capital, um evento marcará a
abertura do "Dia D" às 11h, no
Shopping Eldorado.
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