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Reconstruindo Paraitinga
A Secretaria de Estado da Cultura iniciou ontem a primeira recuperação de prédio afetado pela cheia, o Mercado Municipal; os trabalhos, que devem durar pelo menos três
meses, serão interrompidos para a Festa do Divino, em maio
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
Pouco mais de três meses depois da enchente que destruiu
parte do centro histórico de
São Luiz do Paraitinga (a 182
km de São Paulo), a Secretaria
de Estado da Cultura iniciou
ontem as primeiras obras de reforma de um prédio afetado pela cheia.
Trata-se do Mercado Municipal, que faz parte do conjunto
arquitetônico do município
tombado pelo Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico).
A recuperação do Mercado
Municipal deve demorar pelo
menos três meses, segundo informou ontem o chefe-de-gabinete da secretaria, Sergio Tiezzi.
De acordo com ele, a prefeitura da cidade pretende usar o
local durante a tradicional Festa do Divino, que acontece em
maio. O custo da obra está estimado em R$ 612 mil.
Tiezzi disse que as obras no
mercado vão ser interrompidas
para a realização da festa. "Aí,
paramos [o serviço], fazemos as
proteções necessárias e então
retomamos os trabalhos após a
festa", disse.
Água até o teto
O mercado ficou com água
até o teto durante a inundação,
mas não chegou a desmoronar.
Estava funcionando precariamente, pois apresenta problemas na rede hidráulica e elétrica, além de infiltrações.
O imóvel está entre os 70 da
cidade classificados pela secretaria como parcialmente arruinados (precisam de reforma).
Outros 16 ficaram totalmente
arruinados (precisam ser reconstruídos).
O conjunto arquitetônico
tombado da cidade tem ao todo
425 prédios.
"Fora esses 86, todos os outros imóveis históricos são tratados como aparentemente íntegros. Eles estão lá de pé, mas,
como são feitos de pau-a-pique
e encheram de água, o IPT [Instituto de Pesquisas Tecnológicas] vai fazer o laudo de todos
para saber se há algum risco."
Orientação
A secretaria montou um escritório do Condephaat em São
Luiz onde arquitetos dão orientações aos donos de imóveis
parcialmente afetados pela enchente para fazer a recuperação mantendo suas características originais.
Além disso, os proprietários
podem solicitar o próprio projeto no local.
Até o momento, o Condephaat fez 55 atendimentos e
aprovou 35 projetos de reforma, informou Tiezzi.
A expectativa da Secretaria
de Estado da Cultura é que o
restante dos projetos seja analisado até o final do primeiro
semestre. E que parte das obras
já estejam concluídas até o final
de 2010.
Sem prazo
Não se sabe ainda quanto
tempo será necessário para a
reconstrução do centro histórico. Já o custo da recuperação
do local, que todo ano é tomado
por foliões durante o tradicional Carnaval de marchinhas da
cidade, está estimado em cerca
de R$ 30 milhões.
Tiezzi informou que, até o
momento, o Estado investiu R$
46 milhões em São Luiz do Paraitinga.
O governo estuda agora se e
como será feito o financiamento da reforma dos imóveis particulares que compõem o centro histórico.
De acordo com ele, a secretaria defende que o governo assuma a recuperação da parte externa, incluindo a fachada e o
telhado, dos imóveis cujos proprietários comprovem não ter
renda suficiente para bancar a
obra.
O interior das casas continuaria sob a responsabilidade
dos donos para evitar "pedidos
descabidos".
"A posição da Secretaria da
Cultura é fazer a obra para
aqueles proprietários que são
pobres e não têm dinheiro para
a reforma. Mas há problemas
jurídicos aí", relatou o chefe-de-gabinete.
Segundo ele, outras opções
estudadas são o repasse da tarefa à CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional
e Urbano) e a criação de linhas
de financiamento com juros
baixos para os donos de imóveis da cidade.
O Estado já anunciou que vai
financiar a reconstrução da
igreja matriz de São Luiz, um
dos principais prédios da cidade e que foi totalmente destruída pela enchente.
A expectativa é que as obras
da matriz tenham início no segundo semestre.
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