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Buscas devem continuar por 2 semanas
Governador Sérgio Cabral diz que trabalhos serão mantidos, mas lamenta que informações não são "nada animadoras"
Depois de dois dias de desespero, dona de casa encontra nora grávida, cuja casa havia sido soterrada no morro do Bumba, em Niterói
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
Em meio ao cenário devastador -com 27 corpos resgatados
do morro do Bumba, em Niterói-, o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse ontem que
os trabalhos devem continuar
por pelo menos mais duas semanas e que as informações são
"nada animadoras".
O Corpo de Bombeiros acredita que mais de cem pessoas
ainda possam estar embaixo
dos escombros.
Apesar do trabalho incessante, ontem apenas um cachorro
foi retirado com vida dos destroços. "Ele estava no fundo. Isso faz a nossa esperança continuar", disse o bombeiro Orlando Gomes.
Uma vistoria do Instituto Estadual do Ambiente apontou
que o gás metano emanado do
lixão sobre o qual as casas foram construídas não tinha potencial para causar uma explosão, como chegou a ser cogitado.
O geólogo Adalberto da Silva,
professor da Universidade Federal Fluminense, disse que
90% dos locais onde houve deslizamentos em Niterói tinham
risco apontado por um estudo
de 2004, contratado pela prefeitura do município.
O plano de obras para acabar
com os riscos custaria R$ 44
milhões. O projeto apontava favelas populosas de Niterói, como os morros do Estado, Viradouro e Souza Soares, como em
situação crítica.
Esperança
Um reencontro emocionou
as pessoas que estavam na região de buscas ontem.
A dona de casa Adriana da
Silva Faria, 35, reviu a nora Erika Ribeiro, 21, grávida de seis
meses, após dois dias de tensão
e procura.
Moradora de Alcântara,
Adriana foi para o morro do
Bumba assim que soube do desmoronamento pela televisão,
na noite de quarta-feira.
Seu medo era que o filho e a
nora, que tiveram a casa destruída, estivessem mortos. "Fiquei desesperada e vim direto
para cá. Estou há dois dias sem
dormir e sem comer", contou.
Mas o casal deixara a casa minutos antes do acidente. "Nossa casa estava rachada desde
segunda, então decidimos sair.
Cinco minutos depois, o morro
veio abaixo", disse Erika.
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