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Ondas de até 4 m fecham ruas da orla do Rio
DIANA BRITO
AUDREY FURLANETO
DA SUCURSAL DO RIO
Ondas de até quatro metros
de altura chegaram ontem à orla da zona sul do Rio e causaram a interrupção do trânsito e
o alvoroço de curiosos em pontos turísticos da cidade.
No início da manhã, a pista
do aterro do Flamengo (sentido
centro) chegou a ser fechada
em alguns momentos devido à
maré alta. Ao meio-dia, uma
das faixas ainda estava interditada. Parte da ciclovia ficou
destruída, e os ciclistas tiveram
que desviar entre os carros para
seguir caminho.
Cinco surfistas aproveitavam
as raras ondas do local (a baía,
às margens do aterro, onde ficam ancorados barcos de passeio, costuma ter mar calmo).
"Ando de bicicleta todo dia e
nunca vi o mar desse jeito. Em
muitos lugares você vê tristeza,
e aqui não. Surfar no quintal de
casa é uma maravilha", disse o
professor de filosofia Constantino Barreto, 30, ao observar
um surfista na água da praia
do Flamengo.
Em Copacabana, uma onda
-"de uns cinco metros, como
as do Havaí", calculou o motorista particular Antônio Carlos
Lamosa, 59, um dos muitos curiosos que se aglomeravam no
calçadão- causou a interrupção do trânsito na avenida
Atlântica, entre as ruas Bolívar
e Miguel Lemos.
A faixa de areia da praia, de
cerca de 70 metros, ficou encoberta pelo mar. Às 14h, uma das
faixas da via (sentido centro)
ainda estava fechada para que a
areia fosse retirada da pista.
No Leme, o mar também
chegou até a avenida à noite e,
pela manhã, ainda havia uma
grande piscina de água às "margens" do calçadão, encobrindo
os campos de futebol e até alguns degraus de concreto que
dão acesso aos quiosques.
O aeroporto Santos Dumont,
no centro, também teve acúmulo de areia na pista por causa da ressaca, mas foi a falta de
visibilidade que interrompeu
as operações.
Segundo a comandante da
Divisão de Previsões Ambientais da Marinha, Emma Matschinske, a ressaca foi causada
por um ciclone extratropical
que passa pelo oceano.
"Essa ressaca é comum, mais
típica de inverno, mas pode
ocorrer nesta época do ano.
Não é nada anormal. O ciclone
extratropical, associado à frente fria que passou na segunda,
foi responsável pelos ventos
fortes na região oceânica, que
geraram as ondas no litoral",
disse a comandante.
Matschinske informou que a
Marinha vai manter os avisos
de ressaca até a noite de hoje, já
que o mar deve ficar menos agitado a partir da madrugada de
amanhã. Até lá, as previsões
apontam que as ondas alcancem até quatro metros. O ciclone, que se formou na área oceânica, já começa a se afastar.
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