São Paulo, domingo, 10 de abril de 2011

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Com orações e cantos, vítima do massacre é cremada no Rio

Vizinhos e pessoas de outras áreas da cidade vão ao Realengo para abraçar simbolicamente a escola

Grupo de pais deve se reunir na manhã de segunda para decidir se mantém seus filhos na Tasso da Silveira

DO RIO
DE SÃO PAULO


Dois dias após o massacre de Realengo, as despedidas e homenagens continuaram ontem com a cremação do corpo da 12ª vítima do atirador e com um abraço simbólico à escola Tasso da Silveira.
Sob orações e cantos religiosos, o corpo da menina Ana Carolina Pacheco da Silva foi cremado no cemitério do Caju, zona portuária do Rio. "Essa é a hora mais difícil das nossas vidas", disse uma das parentes da menina. Cerca de 20 pessoas acompanharam a cerimônia.
Enquanto isso, a romaria de pessoas ao colégio municipal onde ocorreu a tragédia continuou. Até mesmo pessoas de áreas distantes de Realengo, bairro da zona oeste carioca, foram ao local para depositar flores e mensagens a vítimas e familiares.
"Vim aqui rezar por essas crianças que se foram tão cedo. É uma forma de prestar minha homenagem", disse a auxiliar de escritório Meire Fontoura, 34, moradora de Vila Isabel, na zona norte.
À tarde, cerca de 300 pessoas promoveram um abraço na escola, fazendo pedidos de paz. Muitas crianças, ex-colegas das vítimas do massacre, participaram do ato.
Visivelmente emocionados, eles fizeram orações e cantaram hinos religiosos. Balões brancos foram soltos em meio aos aplausos. Muitos exibiam camisas e cartazes com fotos das vítimas.
Ex-aluno, Marcos Estevão disse que a escola tem de ser recuperada. "Há um trabalho de integração com a comunidade que precisa continuar."
Um grupo de pais deve se reunir na manhã de segunda na comunidade Vila João Lopes a fim de decidir se mantém seus filhos no colégio.
De acordo com o pedreiro Augusto Cesar Barbosa do Monte, 42, pai de Iago Augusto Silva do Monte, 14, os pais devem se unir neste momento para dar apoio psicológico às crianças.
"Mandei meu filho para a casa dos tios para ele jogar bola, para não viver esse momento. Também quero acompanhá-lo nos primeiros dias de aula", disse o pai.
O massacre em Realengo também foi lembrado na missa de sétimo dia do ex-vice-presidente José Alencar, realizada ontem, na Catedral da Sé, centro de São Paulo. "É preciso repor as esperanças", disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(LUIZA SOUTO, CIRILO JUNIOR, DIANA BRITO, DANILO VERPA e UIRÁ MACHADO)


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