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ACIDENTE
Aorta rompida mata paciente e família investiga se houve erro
Inquérito apura morte em cirurgia do ovário
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
A economista Marília de Saldanha da Gama Lanzelotte, 41, morreu na tarde de anteontem, em São
Paulo, com a artéria aorta rompida durante cirurgia para retirada
de um cisto em um de seus ovários. A família da paciente acredita
que houve imperícia médica e registrou boletim de ocorrência.
A cirurgia foi realizada no hospital paulistano Sírio Libanês, pelo
médico Julio Elito Junior, que é
responsável pelo serviço de laparoscopia obstétrica da Unifesp
(Universidade Federal Paulista).
Elito Junior não é empregado do
hospital, mas utilizou suas instalações para realizar a cirurgia de
Marília, de quem tratava havia
cerca de seis meses em seu consultório particular.
De acordo com a prima do marido de Marília, Lilian Madsen Canova, 38, única que falou à imprensa, a família ficou muito surpresa com a morte de Marília.
"Ela entrou no hospital supertranquila, já que o processo cirúrgico costuma ser simples. A família quer saber o que aconteceu. Se
ficar provado que houve erro médico, entraremos com processo
contra quem errou."
A retirada do cisto foi realizada
por meio de uma laparoscopia, cirurgia vídeo-assistida, com pequena incisão no abdômen (leia
texto abaixo). Segundo o Sírio Libanês, durante a introdução do
instrumento houve uma lesão acidental da aorta, que causou hemorragia interna, levando-a à
morte.
Lilian, acompanhada do pai de
Marília, Benito Lanzelotte, 74, registrou boletim de ocorrência no
4º DP (Consolação). O delegado-titular, Antonio Carlos Menezes Barbosa, abriu inquérito para
apurar possível erro médico. A
equipe que realizou a cirurgia (dez
médicos e três enfermeiros) foi intimada a depor a partir de segunda-feira. O Instituto Médico Legal
realizou exame de necropsia no
corpo de Marília. O delegado solicitou ao IML um parecer mais detalhado para apurar a precisão dos
procedimentos cirúrgicos. O laudo completo deve sair em 15 dias.
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