São Paulo, sexta, 10 de abril de 1998

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Método cirúrgico é considerado simples

da Reportagem Local

A laparoscopia é um método cirúrgico simples amplamente utilizado pela medicina atual.
Consiste em uma pequena incisão (com cerca de 1 cm de extensão) na parte inferior da cicatriz do umbigo, por onde se insere um instrumento com fibra ótica e lentes que permitem a visualização da cavidade do abdômen por uma tela de vídeo. Ou seja, o cirurgião acompanha na tela o manuseio dos instrumentos no abdômen.
São realizadas outras incisões (com cerca de meio centímetro) no abdômen para a introdução de pinças para a realização do ato operatório (no caso de um cisto de ovário, faz-se sua retirada).
O cisto ovariano geralmente é colocado em um invólucro e, a partir daí, introduz-se uma agulha que aspira o líquido do cisto, que murcha. Em seguida, o invólucro com o material restante é retirado.
Segundo Seizo Miyadahira, ginecologista da Faculdade de Medicina da USP, esse tipo de cirurgia é mais simples e vantajoso porque as incisões são menores, o tempo de internação e o risco de infecções hospitalares também são reduzidos e a recuperação do paciente é mais rápida.
De acordo com Sérgio Mancini Nicolau, professor de ginecologia da Unifesp, apesar de ser mais simples, o procedimento, como todo ato cirúrgico, tem risco de complicações. Segundo ele, a laparoscopia exige muito cuidado no preparo para a introdução da ótica. Na cavidade abdominal, estão os grandes vasos (como a artéria e suas bifurcações) e os intestinos, entre outros.
"Antes de introduzir o tubo de fibra ótica, é feita uma perfuração para injetar gás carbônico, que distende o abdômen e afasta outros órgãos do lugar a ser trabalhado, o que diminui os riscos de trauma nesses órgãos", diz Nicolau. Segundo ele, a introdução do tubo só deve ser feita quando a cavidade atingir quantidade de ar adequada e a pressão estiver controlada.
Quando ocorre uma lesão de artéria, é preciso suturar ou fazer um enxerto urgente. "O sangue circula na aorta com grande pressão. Dependendo do volume de sangue perdido, a pessoa pode morrer." Esse volume, segundo ele, tem de ser acima de 30% do total que circula no corpo (entre quatro e cinco litros).
O risco de vida é maior quando a lesão do vaso é grande e há dificuldade de estancar o sangramento. A demora na correção do problema também leva à morte. "Mas também depende da resposta de cada paciente", diz Nicolau.



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