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ADMINISTRAÇÃO
Vice-prefeito afirma que o edital para selecionar fornecedores para o programa foi dirigido a grupo
Corregedor quer sustar licitação de Leve-leite
ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local
Investigação
da Corregedoria
Municipal
apontou irregularidades na licitação que está
sendo feita pela
Secretaria do
Abastecimento para compra de
leite em pó para o Leve-leite.
O programa, que distribui leite
para alunos da rede municipal, é
uma das principais bandeiras de
campanha eleitoral do prefeito
Celso Pitta e do seu antecessor,
Paulo Maluf.
O corregedor e vice-prefeito Régis de Oliveira considera que o edital foi dirigido para que apenas um
pequeno grupo de empresas pudesse participar.
Oliveira pediu ao TCM (Tribunal
de Contas do Município) a suspensão da concorrência. A abertura
dos envelopes para a habilitação
das empresas interessadas estava
marcada para a próxima terça.
O TCM está analisando o caso.
Por prevenção, solicitou à secretaria o adiamento da abertura dos
envelopes, o que foi feito ontem.
Oliveira considerou irregular a
exigência de que só poderiam participar da concorrência as empresas que apresentassem comprovante de já terem fornecido 90% da
quantidade de leite a ser comprada
pela prefeitura.
A concorrência pública, avaliada
em R$ 120 milhões, prevê o fornecimento de até 1,6 milhão de toneladas de leite em pó para o município durante um ano.
Segundo o vereador Carlos Neder (PT), que enviou representação ao Ministério Público apontando o mesmo problema, apenas
a Nutril (empresa que hoje fornece
o leite para o programa) teria condições de atender a exigência.
Neder chama atenção para o fato
de que a primeira licitação do programa, realizada em 1995, não continha essa exigência.
O secretário do Abastecimento,
Naor Guelfi, disse que sua assessoria jurídica está analisando o caso e
afirmou que todas as medidas adotadas por sua secretaria são transparentes.
No final do mês passado, em entrevista à Folha, o vice-prefeito declarou que em todos os cantos da
administração existe corrupção.
"Se investigar o Leve-leite, vai ter
superfaturamento", afirmou.
Pitta classificou como "improbidade" a declaração do corregedor.
Segundo Pitta, o Ministério Público investigou uma denúncia sobre
o programa no ano passado e concluiu que não havia irregularidade.
Pitta nomeou Oliveira como corregedor após ter se reconciliado
com o vice-prefeito. Os dois ficaram rompidos de agosto de 97 até
novembro de 1998.
Nesse período, Oliveira participou de discussões juntamente com
vereadores "rebeldes" do PPB para
articular o impeachment de Pitta.
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