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Entidade de deficientes físicos perde recursos
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
Os dados do censo mostram
que o Brasil tem 24,5 milhões
de portadores de deficiência
(14,5% da população), mas a
Corde (Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência) vem
perdendo verbas.
A responsável interina pela
Corde, Niusarete Lima, disse
que o total de verbas efetivamente liberadas para o órgão
em 2002 caiu 44% em comparação com 2001. A Corde é um
organismo governamental e
funciona no âmbito da Secretaria de Direitos Humanos, ligada ao Ministério da Justiça.
Tem como principal linha de
ação a defesa dos direitos dos
portadores de deficiência. Atua
prioritariamente na realização
de campanhas de esclarecimento, no treinamento de pessoal e no financiamento de
projetos-piloto na área de redução de barreiras arquitetônicas (como falta de rampas para
usuários de cadeira de rodas).
"Embora seja um programa
estratégico, às vezes, quando
vem a verba, é difícil para a pessoa portadora de deficiência
concorrer com segurança pública, por exemplo. Como não
é um programa assistencial,
não sei se há o entendimento
de que necessitaria de um
aporte de recursos maior."
Segundo dados da Corde, o
orçamento previsto para o órgão em 2001 foi de R$ 6,4 milhões. Este ano, a verba prevista
é de R$ 4,5 milhões -uma
queda de 29,7%. Do orçamento
do ano passado, R$ 5,6 milhões
foram liberados para o órgão.
Este ano, do orçamento total,
só houve a liberação de R$ 3,1
milhões -uma queda de 44%.
As maiores demandas de financiamento na Corde são nas
áreas de capacitação de pessoal
e de redução de barreiras arquitetônicas. Só nesse setor, a
Corde recebeu projetos de R$
18 milhões para um orçamento
de R$ 200 mil. A idéia era financiar parte dos projetos, com
contrapartidas pagas pelos
municípios, mas não há dinheiro. Os dados do censo, segundo Niusarete, deverão provocar uma revisão das políticas
do setor, já que a taxa esperada
era de 10% da população portadora de deficiência no Brasil.
O IBGE ampliou o conceito
de portador de deficiência e incluiu quem disse ter limitação
de suas atividades mesmo com
o uso de corretores (como óculos ou bengalas).
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