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ENÉAS FREIRE (1921-2008)
Ele abria a folia com o canto do Galo
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Há 30 anos, o Carnaval de
Pernambuco não começa
sem ele. Era sempre assim:
Enéas Freire ordenava, os
clarins tocavam e o Galo da
Madrugada saía com seu frevo para abrir a folia em Recife, nos sábados de Zé Pereira.
Fundador e presidente do
maior bloco carnavalesco do
mundo, segundo o "Guinness Book", o livro dos recordes, Enéas era obcecado em
manter a tradição do Carnaval de rua. Desde criança,
apreciava a passagem dos
blocos em Recife, onde nasceu. Encantava-se com as cores das alegorias, brincava
com os amigos, mas só em
1934 fundou sua primeira
agremiação, o Papagaio Louro, que durou dois Carnavais.
Dez anos depois, casou-se
com Maria do Carmo Travassos, foliã como ele, fundadora e presidente emérita do
Bloco das Ilusões, uma das
mais respeitadas agremiações líricas de Pernambuco.
Com ela, teve quatro filhos.
Em 24 de janeiro de 1978,
com um grupo de amigos,
fundou o Clube de Máscaras
Galo da Madrugada. O primeiro desfile reuniu só 75
pessoas. Mas o bloco caiu no
gosto popular e, em 1995, foi
considerado o maior do
mundo, com 1,5 milhão.
Na terça-feira passada,
Enéas foi hospitalizado para
uma cirurgia de substituição
de prótese no joelho direito.
Na madrugada de ontem,
ainda no hospital, sofreu
uma parada cardíaca e morreu. No velório, o compositor
e cantor de frevo Claudinor
Germano disse que a morte
de Enéas não calará o bloco:
"Vamos fazer o Galo cantar
ainda mais alto".
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