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Alívio na marginal não se reflete no trânsito da cidade
Velocidade aumentou também na avenida dos Bandeirantes após obras
No restante da cidade, porém, velocidade dos carros, na hora do rush, segue perto do que uma galinha pode atingir
ALENCAR IZIDORO
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO
O alívio inicial no trânsito
da marginal Tietê e da av. dos
Bandeirantes após a ampliação das pistas e a inauguração do trecho sul do Rodoanel não bastou, diferentemente do que previa a CET,
para que a velocidade dos
carros melhorasse no resto
da cidade na hora do rush.
Relatório oficial da CET
aponta que, em abril, primeiro mês com as duas novas
obras, os veículos circularam
em média a 29,37 km/h no pico da manhã e a 15,20 km/h
no da tarde nas principais
vias monitoradas da capital.
O ritmo esteve até um pouquinho inferior ao de março,
quando a velocidade na malha viária foi de 30,63 km/h e
16,11 km/h, respectivamente.
Segundo a CET, houve resultados positivos, por exemplo, na av. dos Bandeirantes,
com aumento de 37% na velocidade dos carros, além de
20% na marginal Pinheiros.
O presidente da companhia, Alexandre de Moraes,
caiu nesta semana, após se
desgastar com Kassab.
A aferição da velocidade
dos veículos sinaliza que, na
hora mais crítica, ela segue
inferior à de um vencedor da
São Silvestre e perto do que
uma galinha pode atingir.
Especialistas avaliam que
os impactos da Nova Marginal e do Rodoanel tendem a
se limitar a alguns pontos.
Eles acrescentam duas explicações: 1) a frota não para
de crescer (há quase mil veículos a mais diariamente na
cidade); 2) com novo espaço
viário, a demanda reprimida
de viagens volta para as ruas.
"No conjunto, as obras vão
contribuir para estancar ou
desacelerar a piora. Agora,
com a economia aquecida,
com a frota aumentando do
jeito que aumenta, não tem
jeito", afirma Jaime Waisman, professor da Escola Politécnica da USP.
"O fenômeno é igual ao de
sempre. Quando você oferece espaço, os automóveis
ocupam", diz Adriano Murgel Branco, especialista e
consultor em transportes.
Juntos, os dois empreendimentos viários do Estado,
parceiro da prefeitura, custaram R$ 6,9 bilhões.
A CET divulgava a meta de
melhoria de 12% a 15% no
trânsito na cidade toda com a
ampliação da marginal Tietê
e a alça sul do Rodoanel.
Mas a companhia alega
que, além de a obra na marginal não ter sido totalmente
concluída (faltam viadutos),
esse impacto foi parcialmente atingido com a redução já
divulgada do número de quilômetros de vias paradas.
Nesse caso, principalmente devido às marginais (que
acumulavam boa parte do índice de lentidão), houve queda de 8,7% à tarde e de 12,5%
de manhã. Na prática, significa que a quantidade de filas
foi menor, embora os motoristas não estejam chegando
mais rápido (por exemplo,
porque podem ficar mais
tempo em outros gargalos).
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