São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Alívio na marginal não se reflete no trânsito da cidade

Velocidade aumentou também na avenida dos Bandeirantes após obras

No restante da cidade, porém, velocidade dos carros, na hora do rush, segue perto do que uma galinha pode atingir

ALENCAR IZIDORO
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

O alívio inicial no trânsito da marginal Tietê e da av. dos Bandeirantes após a ampliação das pistas e a inauguração do trecho sul do Rodoanel não bastou, diferentemente do que previa a CET, para que a velocidade dos carros melhorasse no resto da cidade na hora do rush.
Relatório oficial da CET aponta que, em abril, primeiro mês com as duas novas obras, os veículos circularam em média a 29,37 km/h no pico da manhã e a 15,20 km/h no da tarde nas principais vias monitoradas da capital.
O ritmo esteve até um pouquinho inferior ao de março, quando a velocidade na malha viária foi de 30,63 km/h e 16,11 km/h, respectivamente.
Segundo a CET, houve resultados positivos, por exemplo, na av. dos Bandeirantes, com aumento de 37% na velocidade dos carros, além de 20% na marginal Pinheiros.
O presidente da companhia, Alexandre de Moraes, caiu nesta semana, após se desgastar com Kassab.
A aferição da velocidade dos veículos sinaliza que, na hora mais crítica, ela segue inferior à de um vencedor da São Silvestre e perto do que uma galinha pode atingir.
Especialistas avaliam que os impactos da Nova Marginal e do Rodoanel tendem a se limitar a alguns pontos.
Eles acrescentam duas explicações: 1) a frota não para de crescer (há quase mil veículos a mais diariamente na cidade); 2) com novo espaço viário, a demanda reprimida de viagens volta para as ruas.
"No conjunto, as obras vão contribuir para estancar ou desacelerar a piora. Agora, com a economia aquecida, com a frota aumentando do jeito que aumenta, não tem jeito", afirma Jaime Waisman, professor da Escola Politécnica da USP.
"O fenômeno é igual ao de sempre. Quando você oferece espaço, os automóveis ocupam", diz Adriano Murgel Branco, especialista e consultor em transportes.
Juntos, os dois empreendimentos viários do Estado, parceiro da prefeitura, custaram R$ 6,9 bilhões.
A CET divulgava a meta de melhoria de 12% a 15% no trânsito na cidade toda com a ampliação da marginal Tietê e a alça sul do Rodoanel.
Mas a companhia alega que, além de a obra na marginal não ter sido totalmente concluída (faltam viadutos), esse impacto foi parcialmente atingido com a redução já divulgada do número de quilômetros de vias paradas.
Nesse caso, principalmente devido às marginais (que acumulavam boa parte do índice de lentidão), houve queda de 8,7% à tarde e de 12,5% de manhã. Na prática, significa que a quantidade de filas foi menor, embora os motoristas não estejam chegando mais rápido (por exemplo, porque podem ficar mais tempo em outros gargalos).


Texto Anterior: Há 50 Anos
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.