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GREVE
Ônibus pararam nas zonas sul e leste da cidade e os condutores prometem parar hoje as regiões norte e oeste
Motoristas param "meia" São Paulo
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
Os motoristas e cobradores de
ônibus de São Paulo paralisaram
ontem pela manhã o transporte
coletivo nas regiões sul e leste da
cidade e hoje prometem parar as
regiões oeste e norte, afetando as
zonas norte, noroeste e sudoeste.
Terminais das duas regiões poderão ser paralisados pela manhã
até o horário da segunda reunião
entre motoristas e patrões, prevista para hoje, às 15h, na sede da
SPTrans (São Paulo Transportes),
no centro.
Os motoristas querem o pagamento de vales-refeição atrasados
e a manutenção do benefício.
Se não houver acordo hoje, os
motoristas prometem circular
com a catraca liberada (sem cobrar
passagem) amanhã.
Desde 95, motoristas e cobradores realizam protestos e greves motivados por falta e atraso nos pagamentos. A situação vem se agravando desde outubro do ano passado, quando as empresas denunciaram os atrasos nos pagamentos
feitos pela prefeitura, o que seria a
causa dos salários atrasados e das
greves e paralisações atuais.
Ontem, entre as 9h e as 12h, os
motoristas conseguiram parar 12
terminais e corredores importantes nas regiões sul e leste, paralisando cerca de 4.000 ônibus e prejudicando 400 mil pessoas, segundo estimativa da SPTrans.
A CET registrou ontem, às 9h30,
59 km de congestionamento. O pico da manhã, segundo a companhia, em época de rodízio, não ultrapassa os 40 km.
O trânsito foi mais afetado pelos
protestos na zona sul, onde os motoristas bloquearam as pontes do
Socorro e João Dias, congestionando vias importantes como a avenida Guarapiranga.
Às 14h, a região ainda sofria com
reflexos do protesto, sendo praticamente impossível chegar ao Largo Treze de Maio, no centro de
Santo Amaro, onde havia, segundo
a SPTrans, 300 ônibus parados
com os pneus furados.
Para os motoristas, a manifestação foi um pouco maior, afetando
cerca de 5.500 ônibus, mais da metade da frota (10.800 ônibus).
O atraso, pelo menos na zona leste da cidade, foi "compensado"
com a liberação das catracas dos
ônibus de algumas empresas que
operam no terminal Corinthians-Itaquera.
Os passageiros, após horas de espera, eram convidados por motoristas e cobradores a entrar pela
porta dos fundos, sendo dispensados do pagamento da passagem.
Ontem à tarde, em reunião na
SPTrans, os motoristas não chegaram a um acordo com o Transurb
(sindicato patronal) sobre o pagamento do vale-refeição, principal
reivindicação da categoria, pois o
benefício representaria, segundo o
sindicato, 33% dos salários dos cobradores e 17% dos salários dos
motoristas.
A Transurb reafirmou a posição
de que não pretende pagar os vales, mantidos por uma decisão do
Tribunal Regional do Trabalho
(TRT), que também concedeu aumento de 3,88% e seguro de vida.
Os patrões afirmam ter obtido liminar no Tribunal Superior do
Trabalho (TST), em Brasília, que
tornou sem efeito a decisão do
TRT e, consequentemente, não pagam os vales. Mas a liminar não foi
apresentada pelo Transurb na reunião de ontem.
Os motoristas abrem mão do aumento, mas fazem questão dos vales-refeição e do seguro de vida.
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