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PLANO DIRETOR
Alteração feita pelo relator Nabil Bonduki (PT) prevê isentar de taxa templos religiosos e habitações populares
Mudança em projeto beneficia evangélicos
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Mudanças no projeto do Plano
Diretor prevêem isentar templos
religiosos e outras entidades institucionais do pagamento da outorga onerosa -taxa para construir
acima do permitido pela legislação. A alteração foi incluída na
proposta do relator do projeto,
Nabil Bonduki (PT), que irá apresentá-la hoje à Câmara.
A isenção, que já era defendida
por vereadores evangélicos, como
o bispo Atílio Francisco (PTB) e o
pastor Vanderlei de Jesus (PL),
pode ajudar o governo a conseguir os 33 votos necessários para
aprovar o projeto. Dos 55 vereadores, 11 são evangélicos.
A outorga onerosa é um instrumento do plano para reordenar a
ocupação urbana da cidade. Hoje,
dependendo do zoneamento, é
possível construir prédios sem
pagar nenhuma taxa à prefeitura.
O projeto institui potenciais construtivos básicos para toda a cidade. Quem ultrapassar o limite da
lei terá que pagar.
No projeto original, enviado ao
Legislativo pela prefeita Marta Suplicy (PT), os templos pagariam
uma taxa calculada com base em
índices que seriam determinados
pela prefeitura anualmente. Com
a alteração, eles passam a enquadrar os casos de gratuidade que já
estarão estabelecidos no plano.
A isenção dos templos foi proposta pelo bispo Atílio, que pretendia apresentar uma emenda ao
projeto, caso a proposta do relator
não incluísse a mudança. "É uma
medida de interesse para a cidade
porque beneficia os templos de
todas as religiões, não só os dos
evangélicos", disse.
Para Gilberto Natalini (PSDB), a
mudança é uma forma de angariar votos para o projeto. "Acho
que isso deve ser um agrado para
a bancada evangélica para conseguir apoio à proposta do PT. Já fizeram isso com o Psiu e com o IPTU, agora estão fazendo com o
Plano Diretor", disse.
No ano passado, a Câmara
aprovou uma mudança na lei do
Psiu (Programa de Silêncio Urbano), proposta por Carlos Apolinário (PGT), que amenizou as regras
do programa para os templos.
Apolinário, que é evangélico,
havia apoiado o governo votando
a favor do projeto de Marta Suplicy que criava 788 cargos de
confiança no município.
No final de 2001, os templos foram novamente beneficiados ao
ficar isentos do IPTU (Imposto
Predial e Territorial Urbano).
Segundo Bonduki, a modificação não é resultado de negociação
política. "Eles [evangélicos" estavam preocupados com a situação
dos templos e vieram me dizer
que fariam uma emenda, mas disse a eles que não seria necessário.
É como escola pública, ou hospital público, são entidades institucionais e não há por que pagarem
a taxa", disse.
A mudança também agradou
ao pastor Vanderlei. "Com certeza eu apóio, acredito que todos os
vereadores vão apoiar, porque
também beneficia as igrejas católicas, os centros espíritas e todos
os templos religiosos", disse.
A proposta de Bonduki também prevê que a gratuidade em
relação à outorga onerosa deve
ser estendida a habitações de interesse social, construídas pelo poder público, e a habitações populares, construídas pela iniciativa
privada, desde que tenham até
50m 2 de área construída e não estejam em locais onde haja restrição à verticalização.
Segundo Bonduki, sua proposta
será discutida com vereadores da
base governista e da oposição. "A
idéia é conseguir uma unanimidade entre os vereadores", disse.
O Plano Diretor deve ser analisado, em primeira votação, ainda
nesta semana.
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