São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 2002

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Para especialista, terapia deverá ser reavaliada

DA REPORTAGEM LOCAL

"Isso é um torpedo no casco do navio", diz o presidente honorário da Sociedade Latino-americana de Sociedades de Climatério e Menopausa, Nilson Roberto de Melo, sobre os "efeitos" da pesquisa.
Melo afirma que deve ocorrer uma reavaliação sobre as recomendações da terapia, assim como ocorreu após a divulgação de outros estudos.
Para o ginecologista, a partir dos resultados é possível dizer que a terapia não é adequada para mulheres que já sofrem com efeitos colaterais ou que tenham histórico e/ou casos na família de doenças cérebro-vasculares e câncer de mama.
Melo diz, no entanto, que continua acreditando na terapia, desde que esta seja adaptada a cada caso, após o balanço de riscos e benefícios, feito pelo médico e paciente.
O ginecologista destaca que suas conclusões são sobre os dados resumidos do estudo.
"Precisamos rever o conceito sobre a proteção cardiovascular [da terapia". Esse estudo demonstra que não há benefícios também em relação à prevenção primária dessas doenças", diz José Mendes Aldrighi, professor de Ginecologia da Santa Casa de São Paulo e da USP (Universidade de São Paulo). O professor avaliou dados resumidos do estudo.
Aldrighi destaca que a pesquisa utilizou doses de estrogênio duas vezes maiores do que as aplicadas hoje pelos médicos. Além disso, foi administrado o estrogênio conjugado equino. Existem outros tipos de estrogênio, como o natural, que não foram avaliados, diz.
Pedro Paulo Roque Monteleone, ginecologista e obstetra e ex-presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, recomenda que as pacientes conversem com seus médicos.



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