São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009

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Gripe suína afeta turismo na Argentina

Buenos Aires já aponta queda de 40% nas reservas de hotéis em relação a 2008; retração é puxada pelos turistas brasileiros

Consultoria estima que doença possa causar perdas de até US$ 1,6 bilhão à economia argentina, o equivalente a 0,5% do PIB

THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES

Enquanto na Argentina estimam perdas de até 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) pelos impactos econômicos da gripe suína, turistas brasileiros que mantiveram a viagem ao país vizinho apontam "exagero" no Brasil na avaliação dos riscos.
"Há muita desinformação no Brasil sobre a gripe", disse o empresário Daniel El-Dib, 30. Paulistano de Santana, visitava o cemitério da Recoleta com 16 pessoas, entre elas seus filhos de dois e quatro anos de idade.
O empresário disse ir à Argentina todo ano, e não mudou planos por causa da doença -antes de Buenos Aires, esteve em Bariloche. "Falamos com médicos e vimos que a gripe não é grave."
Para a Came (Confederação Argentina da Média Empresa), que representa 700 mil empresas, a queda na circulação afeta as vendas no comércio, que devem cair 15% em julho em razão da gripe. "Depois das eleições do último dia 28, divulgaram a estimativa de 100 mil casos e mais pessoas se refugiaram em casa", diz Vicente Lourenzo, secretário da Came.
A consultoria Ferreres e Associados estima que a gripe possa causar perdas de até US$ 1,6 bilhão à economia, o equivalente a 0,5% do PIB do país.
Os setores mais prejudicados seriam Educação (US$ 600 milhões) -as férias foram antecipadas, afetando 11 milhões de estudantes- e restaurantes e hotéis (US$ 200 milhões).
O turismo internacional na Argentina já vive o pior inverno dos últimos anos. O setor, que vinha em recuperação após sete meses seguidos de queda desde outubro -reflexo da crise mundial-, sofre agora os efeitos da gripe suína.
A Prefeitura de Buenos Aires, por exemplo, já aponta queda de 40% nas reservas de hotéis em relação a 2008. A retração é puxada pelo Brasil, país que mais envia turistas no inverno -80 mil em julho de 2008.
Na capital, o impacto é sentido, sobretudo, em lugares fechados: a venda de entradas de teatro caiu 80%, o movimento em shoppings e cinemas baixou 40%. "Nas ruas o movimento caiu pouco", diz David Castello, 29, segurança na Recoleta, uma das principais áreas turísticas.
A Argentina tem 2.677 casos confirmados em laboratório e 82 mortes.


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