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Gripe suína afeta turismo na Argentina
Buenos Aires já aponta queda de 40% nas reservas de hotéis em relação a 2008; retração é puxada pelos turistas brasileiros
Consultoria estima que doença possa causar perdas de até US$ 1,6 bilhão à economia argentina, o equivalente a 0,5% do PIB
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
Enquanto na Argentina estimam perdas de até 0,5% do PIB
(Produto Interno Bruto) pelos
impactos econômicos da gripe
suína, turistas brasileiros que
mantiveram a viagem ao país
vizinho apontam "exagero" no
Brasil na avaliação dos riscos.
"Há muita desinformação no
Brasil sobre a gripe", disse o
empresário Daniel El-Dib, 30.
Paulistano de Santana, visitava
o cemitério da Recoleta com 16
pessoas, entre elas seus filhos
de dois e quatro anos de idade.
O empresário disse ir à Argentina todo ano, e não mudou
planos por causa da doença
-antes de Buenos Aires, esteve
em Bariloche. "Falamos com
médicos e vimos que a gripe
não é grave."
Para a Came (Confederação
Argentina da Média Empresa),
que representa 700 mil empresas, a queda na circulação afeta
as vendas no comércio, que devem cair 15% em julho em razão da gripe. "Depois das eleições do último dia 28, divulgaram a estimativa de 100 mil casos e mais pessoas se refugiaram em casa", diz Vicente Lourenzo, secretário da Came.
A consultoria Ferreres e Associados estima que a gripe
possa causar perdas de até US$
1,6 bilhão à economia, o equivalente a 0,5% do PIB do país.
Os setores mais prejudicados
seriam Educação (US$ 600 milhões) -as férias foram antecipadas, afetando 11 milhões de
estudantes- e restaurantes e
hotéis (US$ 200 milhões).
O turismo internacional na
Argentina já vive o pior inverno
dos últimos anos. O setor, que
vinha em recuperação após sete meses seguidos de queda
desde outubro -reflexo da crise mundial-, sofre agora os
efeitos da gripe suína.
A Prefeitura de Buenos Aires,
por exemplo, já aponta queda
de 40% nas reservas de hotéis
em relação a 2008. A retração é
puxada pelo Brasil, país que
mais envia turistas no inverno
-80 mil em julho de 2008.
Na capital, o impacto é sentido, sobretudo, em lugares fechados: a venda de entradas de
teatro caiu 80%, o movimento
em shoppings e cinemas baixou
40%. "Nas ruas o movimento
caiu pouco", diz David Castello,
29, segurança na Recoleta, uma
das principais áreas turísticas.
A Argentina tem 2.677 casos
confirmados em laboratório e
82 mortes.
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