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LEGISLATIVO
Comissão deve ser instalada em 15 dias e investigará administrações de Jânio, Erundina, Maluf, Pitta e Marta
CPI do Lixo é criada com presidência do PT
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal de São
Paulo aprovou ontem, por 48 votos a 3, a criação da CPI do Lixo. O
presidente da comissão será o vereador Devanir Ribeiro (PT).
A investigação vai atingir cinco
administrações -do ex-prefeito
Jânio Quadros (1986-88) à prefeita Marta Suplicy (PT), passando
por Luiza Erundina (1989-92),
Paulo Maluf (1993-96) e Celso Pitta (1997-2000). Votaram contra a
CPI os pepebistas Salim Curiati,
Edvaldo Estima e Erasmo Dias.
Ribeiro tornou-se presidente da
comissão depois que a vereadora
Aldaíza Sposati (PT) retirou seu
pedido de instalação de CPI, substituindo-o pela proposta do colega de partido. Havia, também, um
requerimento de Dalton Silvano
(PSDB) para a criação da comissão, mas seu pedido foi rejeitado
por 33 votos a 16.
Aldaíza apresentara seu requerimento no início do ano, mas,
por causa da tramitação de cinco
CPIs ao mesmo tempo, não havia
possibilidade de criar mais uma.
Somente com o encerramento da
comissão que apurou irregularidades no TCM (Tribunal de Contas do Município) é que foi possível votar a criação da CPI do Lixo.
No entanto, vereadores da oposição questionaram a possibilidade de Aldaíza presidir a CPI porque ela foi secretária das Administrações Regionais entre janeiro
de 1989 e novembro de 1990, durante a gestão de Erundina.
Para os vereadores da oposição,
não haveria isenção para ela apurar eventuais irregularidades que
pudessem ter acontecido durante
sua administração.
Aldaíza, então, encaminhou anteontem ao presidente da Câmara, José Eduardo Martins Cardozo
(PT), uma questão de ordem para
saber oficialmente se ela poderia
ou não presidir a comissão. Vereadores da oposição insinuavam
que poderiam questionar na Justiça o resultado da comissão, caso
fosse presidida pela petista.
Ontem, Cardozo deu seu parecer, mas não disse nem sim nem
não. Para o presidente, ela poderia presidir, mas deveria se declarar impedida quando a investigação atingisse o período em que foi
secretária. Aldaíza, então, resolveu retirar seu requerimento.
A tática havia sido acertada no
dia anterior, quando Devanir protocolou um pedido de criação de
CPI. O temor do PT era que só
restassem o requerimento de Dalton. Se o pedido do tucano fosse
aprovado, ele seria o presidente
da CPI, e os petistas temiam que o
foco principal da apuração fosse o
governo Marta, até porque Dalton propunha que as investigações começassem pela gestão do
PT e chegassem a Maluf.
A CPI começa as investigações
com a lei 10.315/87, de Jânio Quadros, que terceirizou o serviço de
limpeza na cidade. A instalação
oficial deverá ocorrer em até 15
dias, como determina o regimento interno, mas Devanir adiantou
que ela será instalada assim que os
partidos indicarem os nomes dos
vereadores que a integrarão.
A CPI será composta por dois
vereadores do PT, um do PMDB,
um do PSDB, um do PTB, um do
PL e um do PPB. O PL indicou
Antonio Carlos Rodrigues, da base de apoio à prefeita. Pelo PTB, o
indicado deve ser Celso Jatene,
que preside uma comissão de estudos sobre o lixo. Os outros partidos não se manifestaram.
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