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JUSTIÇA
Em julgamento, maníaco do parque confessou ter assassinado recepcionista
"Força do mal" é argumento de motoboy
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O motoboy Francisco de Assis
Pereira, 33, o maníaco do parque,
falou em Deus e em "força maligna" ontem durante interrogatório
à Justiça, no qual confessou ter assassinado a recepcionista Rosa
Alves Neta, 25.
"Fui usado por uma força maligna. Sentia um apetite carnal desordenado", disse, após a abertura da sessão do 1º Tribunal do Júri
do Fórum da Barra Funda. A sentença deve sair hoje à tarde.
Esse é o primeiro julgamento do
motoboy por homicídio. Ele é
acusado da morte de sete mulheres, assassinadas no parque do Estado (zona sul). Pereira cumpre
pena por 107 anos de prisão por
estupro, roubo e atentado violento ao pudor por nove casos em
que as mulheres sobreviveram.
O motoboy confessou ter levado Rosa ao parque entre maio e
junho de 1998, onde a estrangulou. Ele disse aos jurados -cinco
homens e duas mulheres- que
enganou a recepcionista dizendo
que a levaria para um acampamento no local. "Não precisei
apertar muito [o pescoço da vítima". Ela morreu de susto", disse o
motoboy, que se diz evangélico.
Ele pode pegar de 13 a 33 anos
de prisão por homicídio triplo
-motivo torpe, meio cruel e sem
possibilidade de defesa da vítima- e ocultação de cadáver.
A defesa pede que Pereira receba uma "medida de segurança"
-internação em uma instituição
psiquiátrica. Um laudo do Imesc
(Instituto de Medicina Social de
Criminologia de São Paulo), que
aponta que ele é "semi-imputável" -parcialmente consciente
dos atos-, será a base da discussão sobre seu estado psiquiátrico.
Segundo o promotor Edilson
Bonfim, internado, Pereira poderá ser solto, se for considerado curado. O próprio laudo recomenda
que ele receba uma pena.
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