São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2001

Texto Anterior | Índice

JUSTIÇA

Em julgamento, maníaco do parque confessou ter assassinado recepcionista

"Força do mal" é argumento de motoboy

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

O motoboy Francisco de Assis Pereira, 33, o maníaco do parque, falou em Deus e em "força maligna" ontem durante interrogatório à Justiça, no qual confessou ter assassinado a recepcionista Rosa Alves Neta, 25.
"Fui usado por uma força maligna. Sentia um apetite carnal desordenado", disse, após a abertura da sessão do 1º Tribunal do Júri do Fórum da Barra Funda. A sentença deve sair hoje à tarde.
Esse é o primeiro julgamento do motoboy por homicídio. Ele é acusado da morte de sete mulheres, assassinadas no parque do Estado (zona sul). Pereira cumpre pena por 107 anos de prisão por estupro, roubo e atentado violento ao pudor por nove casos em que as mulheres sobreviveram.
O motoboy confessou ter levado Rosa ao parque entre maio e junho de 1998, onde a estrangulou. Ele disse aos jurados -cinco homens e duas mulheres- que enganou a recepcionista dizendo que a levaria para um acampamento no local. "Não precisei apertar muito [o pescoço da vítima". Ela morreu de susto", disse o motoboy, que se diz evangélico.
Ele pode pegar de 13 a 33 anos de prisão por homicídio triplo -motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima- e ocultação de cadáver.
A defesa pede que Pereira receba uma "medida de segurança" -internação em uma instituição psiquiátrica. Um laudo do Imesc (Instituto de Medicina Social de Criminologia de São Paulo), que aponta que ele é "semi-imputável" -parcialmente consciente dos atos-, será a base da discussão sobre seu estado psiquiátrico.
Segundo o promotor Edilson Bonfim, internado, Pereira poderá ser solto, se for considerado curado. O próprio laudo recomenda que ele receba uma pena.



Texto Anterior: Frases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.