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POLÍCIA FORA DA LEI
Segundo Abreu Filho, uso de presos em ações policiais era do conhecimento do Judiciário paulista
PM agiu com aval da Justiça, diz secretário
ALESSANDRO SILVA
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na dúvida sobre o que diz a lei, a
polícia de São Paulo está orientada a procurar o Judiciário. É desse
modo que o secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de
Castro Abreu Filho, avalia a polêmica dos últimos dias sobre a legalidade de usar ou não presos em
investigações. Para ele, caberia à
Justiça ter barrado a ação da PM.
""A minha pauta para todos os
policiais é: na dúvida da ação,
procure a Justiça. E a informação
que eu tenho é que eles foram ao
Judiciário e obtiveram a autorização", afirmou ontem à noite, na
primeira entrevista à Folha desde
que o jornal revelou, em 28 de julho, a rede clandestina de inteligência montada pela PM.
Os dois juízes que respaldaram
as ações do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de
Intolerância), Octávio Augusto
Machado de Barros Filho e Maurício Lemos Porto Alves, foram
afastados do cargo na última
quarta-feira pelo Tribunal de Justiça, que agora irá investigar os
três -magistrados e secretário-
por causa das ações da PM.
Carta de um preso, ex-espião do
Gradi, cita o secretário como envolvido no planejamento da ação
que terminou com 12 supostos
membros do PCC mortos, em
março, em Sorocaba.
""Parece, pelo que vi nos jornais,
que o juiz deu centenas de ordens,
que eram dadas quase que diariamente, monitoradas pela Justiça,
diretamente a um grupo de policiais do reservado da PM", disse.
A entrevista durou pouco mais de meia hora. Cansado, ele não
permitiu que fossem tiradas fotos.
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