São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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POLÍCIA FORA DA LEI

Segundo Abreu Filho, uso de presos em ações policiais era do conhecimento do Judiciário paulista

PM agiu com aval da Justiça, diz secretário

ALESSANDRO SILVA
GILMAR PENTEADO

DA REPORTAGEM LOCAL

Na dúvida sobre o que diz a lei, a polícia de São Paulo está orientada a procurar o Judiciário. É desse modo que o secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo de Castro Abreu Filho, avalia a polêmica dos últimos dias sobre a legalidade de usar ou não presos em investigações. Para ele, caberia à Justiça ter barrado a ação da PM.
""A minha pauta para todos os policiais é: na dúvida da ação, procure a Justiça. E a informação que eu tenho é que eles foram ao Judiciário e obtiveram a autorização", afirmou ontem à noite, na primeira entrevista à Folha desde que o jornal revelou, em 28 de julho, a rede clandestina de inteligência montada pela PM.
Os dois juízes que respaldaram as ações do Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância), Octávio Augusto Machado de Barros Filho e Maurício Lemos Porto Alves, foram afastados do cargo na última quarta-feira pelo Tribunal de Justiça, que agora irá investigar os três -magistrados e secretário- por causa das ações da PM.
Carta de um preso, ex-espião do Gradi, cita o secretário como envolvido no planejamento da ação que terminou com 12 supostos membros do PCC mortos, em março, em Sorocaba.
""Parece, pelo que vi nos jornais, que o juiz deu centenas de ordens, que eram dadas quase que diariamente, monitoradas pela Justiça, diretamente a um grupo de policiais do reservado da PM", disse.
A entrevista durou pouco mais de meia hora. Cansado, ele não permitiu que fossem tiradas fotos.



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