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VIOLÊNCIA
Jovem foi enterrado como indigente no interior de SP
Funcionário demitido mata filho de ex-patrão e simula sequestro
DO "AGORA"
Para se vingar do ex-patrão,
Eduardo Mateus Catarino, 36,
matou o filho dele, queimou o
corpo e depois simulou um sequestro, onde exigia R$ 700 mil
pela vida da vítima.
O homicídio seguido de extorsão foi cometido por Catarino e
um primo dele, o motoboy Abrão
Vitorino, 28, no dia 27 de julho,
no km 56 da estrada velha de Santa Branca (90 km de SP), e foi esclarecido anteontem pela DAS
(Delegacia Anti-Sequestro).
Ex-motorista de Harima
Chang, pai do estudante de administração Charles Wo Jhian
Chang, 19, Catarino aproveitou-se da amizade com o rapaz para
atraí-lo até uma suposta fazenda,
onde praticariam tiro ao alvo.
Demitido da Brasdway, recicladora de borracha da família
Chang na zona leste de São Paulo,
há cinco meses, Catarino passou a
querer se vingar de Harima, um
chinês que vive no Brasil há mais
de 20 anos e era tido como arrogante pelo ex-funcionário.
A DAS descobriu o plano de Catarino -que confessou ter dado
dois tiros na nuca do jovem e
ateado fogo ao corpo dele- depois que parentes do jovem disseram que, no dia 27 (data do crime), ele saiu de casa com seu Mitsubishi Galaxy dizendo que iria se
encontrar com o ex-motorista.
A primeira pista foi o fato de o
ex-motorista ter sido a última
pessoa com quem Charles teve
contato. A segunda foi o local onde o carro do jovem foi encontrado: uma avenida em Itaquera,
mesmo bairro da zona leste onde
o motorista vivia.
A evidência mais forte, porém,
foi descoberta na última segunda-feira, quando a polícia achou um
óculos de Charles, que custa mais
de R$ 1.000, na casa de Catarino.
O ex-motorista, então, admitiu
o crime e disse ter deixado o corpo do estudante, carbonizado, em
um matagal em Santa Branca. O
rapaz havia sido enterrado no cemitério local como indigente. Catarino também disse que, no dia
seguinte ao suposto sequestro, ele
recebeu os R$ 42 mil do resgate.
Para o delegado Wagner Giudice, da DAS, Catarino e Abrão podem ser condenados a penas superiores a 25 anos. "Nesse caso
não houve sequestro. A vítima já
estava morta quando os contatos
para o resgate foram feitos."
Os primos foram enquadrados
por homicídio qualificado (houve
premeditação) e por extorsão.
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