São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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NA AREIA

Operação mobilizou mais de cem homens de seis órgãos; animal está preso na praia do Forte de Imbuhy, em Niterói

Após 4 tentativas, baleia segue encalhada

Alexandre Campbell/Folha Imagem
Bombeiros e especialistas tentam levar baleia jubarte, encalhada desde a manhã de domingo, de volta ao alto-mar, em Niterói (RJ)


DA SUCURSAL DO RIO

Apesar da mobilização de mais de cem homens e após quatro tentativas frustradas, uma baleia jubarte encalhada desde anteontem de manhã na praia do Forte de Imbuhy, em Niterói (RJ), não conseguiu voltar ao alto-mar.
As tentativas de resgate da baleia jubarte, que mede aproximadamente nove metros, mobilizaram homens do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, da Petrobras, da Marinha, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e de biólogos da Universidade de Estado do Rio (Uerj). Até o fechamento desta edição a baleia continuava viva.
Foi necessário chamar um rebocador da Petrobras para ajudar na remoção do animal. A última tentativa foi feita após os homens que trabalharam na operação terem amarrado três redes de três metros de altura com sete metros de comprimento.
A baleia, no entanto, se debateu com força e acabou se soltando da rede no momento em que o rebocador tentava arrastá-la de volta ao alto-mar.
De acordo com a bióloga Bernadete Fragoso, a idade da baleia está entre nove e dez anos -sub-adulto. Seria um macho.
""É muito difícil determinar o sexo da baleia sem um exame genético mais apurador. No entanto, pelo número de fendas na barriga, o mais provável é que seja macho", afirmou.
As baleias jubarte costumam migrar da Antártida para Abrolhos (BA) nos meses de julho a novembro.
A maior preocupação da bióloga era com relação ao peso da baleia. ""Ela está acostumada a uma gravidade praticamente zero no fundo do mar. Ela não está acostumada a suportar o peso de seu próprio corpo sobre a areia", disse Fragoso.
Segundo a bióloga, a maior dificuldade no trabalho de remoção não é a falta de equipamentos.
""Nos Estados Unidos ou na Austrália, o trabalho de desencalhe de uma baleia com vida é sempre difícil. No caso desta praia, um complicador é que a inclinação da areia é muito pequena."
Existem poucos registros no Brasil de operações de desencalhe de baleias com vida. Segundo biólogos da Uerj que estavam presentes no local, o primeiro caso no Brasil aconteceu em 1991 no município de Saquarema, na região dos Lagos (RJ).
A operação de resgate envolve homens e equipamentos de diversos órgãos, além da necessidade de um rebocador. Ontem os técnicos que estavam coordenando a operação confirmaram que ela seria retomada hoje.


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