JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

YALA SENA
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM TERESINA

Trinta e três estudantes do curso de medicina da Uespi (Universidade Estadual do Piauí), em Teresina, tiveram suas matrículas canceladas após a abertura de um processo administrativo instaurado pela reitoria da instituição.
O departamento jurídico da universidade informou que os cancelamentos ocorreram em razão de irregularidades nos processos de transferências dos alunos, entre os anos de 1999 e 2001.
Antônio Gonçalves Honório, procurador-jurídico da universidade, afirmou que, em dezembro de 2002, a direção do Centro Acadêmico do curso de medicina apontou à reitoria a existência de transferências irregulares.
Entre as principais irregularidades, Honório relatou a ausência de um processo seletivo para o preenchimento das vagas para transferência e a falta de publicação em edital. O Ministério Público Federal entrou com ação de improbidade administrativa contra três ex-reitores, disse a assessoria de comunicação do órgão.

"Politicagem"
Entre os estudantes impedidos de continuar o curso de medicina na universidade estão alguns filhos e sobrinhos de deputados estaduais e de um senador do Piauí.
Cassandra de Moraes Souza, filha do senador Francisco de Assis de Moraes Souza (PMDB-PI), o Mão Santa, ex-governador do Estado, disse que a decisão de anular as 33 transferências dos alunos da Uespi é "um ato de politicagem".
Segundo ela, que é irmã de uma das alunas que tiveram a matrícula cancelada, a decisão "foi uma retaliação do governo do Estado [PT]". A assessoria de comunicação do governador Wellington Dias (PT) não foi localizada ontem para comentar o caso.


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